O “apexart International Franchise Program” é uma iniciativa da APEXART”, uma associação artística sem fins lucrativos norte-americana que visa dar a curadores independentes e artistas emergentes e estabelecidosa oportunidade de proporem e produzirem uma exposição a acontecer em qualquer lugar do mundo, com excepção de Nova Iorque. Fundada pelo artista Steven Rand em 1994, a APEXART concretiza esta missão através de exposições, um programa internacional de residência, uma iniciativa de publicação de livros, programas públicos e eventos.
Este ano foi o projeto “Um vislumbre de Liberdade” que venceu na categoria “Programa Franquia”. Foram 423 as candidaturas enviadas por 53 países. As propostas vencedoras (na edição deste ano – a nona de sempre – houve quatro) recebem um financiamento que pode ascender aos 10 mil dólares e apoio administrativo para a sua implementação no terreno.
Marzia Bruno veio em 2005 de Florença onde concluiu o curso de Belas Artes, e por cá foi ficando, passando pelo Museu de Aveiro e depois avançando para o Doutoramento em História de Arte da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Visitou Cabo Verde em 2014 e a Colónia Penal do Tarrafal despertou o seu interesse, com as histórias dos 340 antifascistas portugueses e cerca de 230 nacionalistas africanos que por lá passaram.
O projecto de Marzia Bruno pretende fazer o levantamento dos prisioneiros que estiveram no campo, entrevistar os que ainda se encontram vivos e desafiar os artistas locais a apresentarem propostas. Relacionando-se com a memória do espaço, quatro artistas serão desafiados a criar obras de “Land Art”, técnica também conhecida como “Earth Art” ou “Earthworks”, na paisagem envolvente, dentro dos limites de prisão.
A exposição irá reunir várias instalações “site-specific”, no interior das celas, enquanto as paredes exteriores irão exibir mapeamentos de projecção digital (“Video Mapping” ou ” Projection Mapping” daqui a um ano (entre Abril e Maio de 2017.