Rei Lear é uma peça sobre a desintegração de um mundo em que a cegueira é visão e a loucura é sabedoria. É uma peça que nos diz coisas explosivas sobre o amor, o poder e a justiça, individual e social. Lear começa por pensar que o poder é ilimitado e divide-o pelas suas três filhas. Mas acaba por descobrir que a única coisa verdadeiramente ilimitada é o sofrimento, que cala fundo em quase todos nós, pois os tormentos do conflito entre pais e filhos são inevitavelmente universais. Diz-se, com razão, que em Rei Lear há destroços humanos que encontram de novo a sua humanidade. Mas este resgate não significa redenção, significa apenas que eles se recusam a aceitar o sofrimento, a tortura e a morte. O ator Jorge Pinto é Lear, depois de ter sido Cláudio num Hamlet encenado por Ricardo Pais em 2002. No ano do quarto centenário da morte de Shakespeare, o Ensemble regressa a um autor que nos escreve de um tempo “em que loucos guiam cegos”, agora na companhia do encenador Rogério de Carvalho, outro mestre sábio e intranquilo.
de
William Shakespeare
tradução
Fernando Villas-Boas
encenação
Rogério de Carvalho
cenografia
Pedro Tudela
música
Ricardo Pinto
figurinos
Bernardo Monteiro
desenho de luz
Jorge Ribeiro
assistência de encenação
Emília Silvestre
interpretação
Jorge Pinto, Ivo Alexandre, João Castro, Elmano Sancho, Miguel Eloy, Isabel Queirós, Pedro Galiza, Vânia Mendes, Simão Do Vale, Raquel Pereira, António Parra, Diogo Freitas, Daniel Silva
coprodução
Ensemble – Sociedade de Actores, Teatro Municipal de Bragança, TNSJ
dur. aprox.
2:30 com intervalo
M/12 anos