EDITORIAL – DA SANÇÃO COMO INCENTIVO

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Diz o senhor Schäuble (sempre ele! não há dúvida que merece bem o adjectivo “incontornável”) que as sanções não são um castigo, mas um estímulo ao cumprimento das regras. Não levará a mal a pergunta: porque ainda não propôs a aplicação do “incentivo” ao seu próprio país? Pois a Alemanha também consta entre os países que já infringiram as regras orçamentais que vigoram na União Europeia (UE). E não consta que alguém, desde a mal afamada comissão europeia até um qualquer parlamentar europeu, ou mesmo um simples político a qualquer nível, das várias nações que aderiram à máquina infernal que dá pelo nome de UE, tenha proposto pôr uma “sanção” ao país dirigido por Angela Merkel. Nem a propósito de uma qualquer das cento e tal infracções ao tal tratado orçamental que já terão sido cometidas por várias daquelas nações. Porquê agora esta medida? Porque Portugal é um país pequeno, do sul, e tem uma economia muito vulnerável? Será por isso tem direito a este “privilégio”?

É óbvio que a resposta passa por aí. E também pela constatação de que o governo actualmente em funções em Portugal tem mostrado uma orientação não coincidente, em aspectos importantes, nomeadamente nos que respeitam aos direitos dos trabalhadores, tantos daqueles que estão em funções, como dos que já estão reformados/aposentados ou a suportar as agruras do desemprego, com os “diktats” da UE.  E esta, ao contrário do que sustentava António Vitorino, ontem à noite, no seu frente a frente com Santana Lopes, a propósito da nomeação de Durão Barroso para o Goldman Sachs, está muito dependente do sistema financeiro.

Propomos que cliquem nestes dois links:

https://www.dinheirovivo.pt/economia/sancoes-ministro-das-financas-alemao-diz-objetivo-incentivar-portugal/

https://www.publico.pt/politica/noticia/-a-lei-da-irracionalidade-1738073

 

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