Nestes últimos dias a realidade nacional tem sido dominada pelo problema dos fogos. Trata-se de um problema antigo no país, que este ano parece ter adquirido uma dimensão excepcional em várias zonas do país. O calor fortíssimo contribuiu sem dúvida para este agravamento, mas não é com certeza a única razão. Muitas razões contribuem para esta situação de catástrofe. Até porque há incêndios em várias regiões do país, e as causas são muito diversas.
Têm ocorrido casos de fogo posto em várias situações. Também há incúria na origem de outras. Encontrar os culpados é essencial e aplicar-lhes as penas devidas. As várias forças policiais já têm dedicado atenção a este assunto, ao que julgamos saber, mas esse esforço tem de ser maior e mais acurado. Mas também é preciso compreender que determinadas políticas e procedimentos têm contribuído fortemente para agravar os riscos de sinistro em diferentes zonas do país. A urbanização excessiva e descuidada nuns lados, a existência de vastas zonas florestais sem qualquer tratamento, o despovoamento de algumas zonas do país têm aumentado gravemente os riscos de catástrofe. A extinção dos serviços florestais (pedimos a vossa especial atenção para o artigo de Fernando Santos Pessoa, publicado no Público, a que podem aceder clicando no quinto link abaixo), a falta de uma reforma administrativa capaz, que terá de ser completamente diferente da imposta recentemente pelas autoridades europeias, ser necessária uma descentralização de meios e competências eficaz, são vários aspectos que têm ser encarados prioridade, para reforçar a prevenção e a capacidade de catástrofes como as estão a ocorrer, com grandes prejuízos para a segurança e a economia.
Propomos que cliquem nos links abaixo:
http://www.abrilabril.pt/de-volta-descentralizacao
http://www.abrilabril.pt/nacional/situacao-nao-estava-controlada