O segundo livro da trilogia “As Areias do Imperador”, com o nome de “A Espada e a Azagaia” (o primeiro, Mulheres de Cinza, foi publicado em outubro de 2015) aborda os derradeiros dias do chamado Estado de Gaza, o segundo maior império em África dirigido por um africano. Ngungunyane (ou Gungunhane como ficou conhecido pelos portugueses) foi o último dos imperadores que governou toda a metade Sul do território de Moçambique. Derrotado em 1895 pelas forças portuguesas comandadas por Mouzinho de Albuquerque, o imperador Ngungunyane foi deportado para os Açores onde veio a morrer em 1906.
A Espada e a Azagaia relata a guerra travada no Sul de Moçambique, no final do século XIX, entre Portugal e o Império de Gaza, e que teve como protagonistas Mouzinho de Albuquerque e Gungunhana.
Este volume termina com a vitória das tropas portuguesas em Coolela e Chaimite e a prisão de Gungunhana.
Mia Coutro refere que o nome de “A espada e a azagaia” vem dar voz àqueles que tinham a azagaia, ou seja, ao povo africano que não pode contar a sua versão histórica sobre certos acontecimentos da sua história. A história desenrola-se cruzando as versões de uma história contada por “vencedores e vencidos”, com uma história de amor entre uma jovem negra nativa e um sargento português que recebeu uma missão para trabalhar em Moçambique no tempo de guerra nas proximidades do império de Gaza, um dos mais vastos reinos da história de Moçambique.
No primeiro livro da trilogia, “Mulheres de cinzas”, podíamos ler a história, em fins do século XIX, o sargento português Germano de Melo que foi enviado ao vilarejo de Nkokolani para a batalha contra o imperador que ameaçava o domínio colonial. Ali o militar encontra Imani, uma garota de quinze anos que aprendeu a língua dos europeus e será sua intérprete. Ela pertence à tribo dos VaChopi, uma das poucas que ousou se opor à invasão de Ngungunyane. Acontece que um de seus irmãos lutava pela Coroa de Portugal e o outro se unia ao exército dos guerreiros do imperador africano.