A GALIZA COMO TAREFA – Compostela na UCCLA – Ernesto V. Souza

photoEm pleno ordinário da Cámara municipal de Santiago de Compostela de 20 de outubro 2016, foi aprovada a proposta da Alcaldia para a adesão da Capital da Galiza, como integrante da “UNIÃO DAS CIDADES CAPITAIS DE LÍNGUA PORTUGUESA” (UCCLA).

Segundo informa a Cámara, a proposta, defendida pelo Alcaide e aprovada por unanimidade, define-se no quadro de desenvolvimento da Lei 1/2014, do 24 de março, para o aproveitamento da língua portuguesa e vínculos coa lusofonia (“Lei Paz Andrade”).

Segundo o texto aprovado, o Concelho de Santiago, entende “de interesse para a cidade”, a sua adesão à associação  “União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa” com o objetivo explícito de “promover o conhecimento da língua portuguesa” e para incrementar “os vínculos históricos com outros países e comunidades de língua portuguesa”.

O Concelho de Santiago passaria a formar parte da UCCLA com a categoria de membro observador. O artigo 5, apartado C), dos seus Estatutos, estabelece que podem ser membros observadores as comunidades lusófonas e as cidades lusófonas e non lusófonas que pretendam acompanhar a atividade da UCCLA. Neste sentido a Capital da Galiza converte-se na primeira cidade capital de um Estado onde a língua portuguesa não é oficial em fazer parte da associação.

O responsável pelas relações internacionais da UCCLA, José Bastos, visitara Santiago de Compostela o passado dia 23 de maio. Como resultado das gestões de mediação realizadas pela AGLP com o Governo municipal e o Governo Autónomo da Galiza, o Sr. José Bastos manteve uma reunião com os porta-vozes dos grupos municipais e o Presidente da Câmara, Martiño Noriega, em que explicou a estrutura e funcionamento da UCCLA.

A integração de Santiago abre um caminho na UCCLA para que no quadro da Lei Paz Andrade outras capitais e cidades galegas, possam se integrar da associação e participar das vantagens da adesão a esse organismo internacional, nomeadamente no âmbito do turismo, a promoção económica, cultural e institucional.

Uma política internacional não se improvisa, e menos ainda no âmbito diplomático. Precisa-se conhecimento dos países lusófonos e um consenso político alargado, por forma a não mudar o rumo cada 4 anos.

Nos partidos políticos galegos, além de declarações programáticas, pouco mais podemos achar. Alguns dedicaram imensos esforços durante décadas para encontrar a fórmula ótima de integração da Galiza na Espanha. Porém, no mesmo espaço de tempo, o investimento para encontrar um lugar e uma política galega no espaço lusófono foi praticamente nulo. No expediente só podemos constatar iniciativas individuais. E isto demonstra, entre outros factos, a miopia da estratégia política dos Partidos galegos.

É preciso que entendamos a altura da tarefa e distingamos entre política interna e política externa. Não se pode transladar as disputas da política local ou regional a âmbitos em que estão representados vários países de todos os continentes. Os políticos galegos não estão habituados a ver as cousas desta forma, mas é assim: estando num foro internacional já não representamos a nossa instituição ou o nosso partido político, representamos o país.

E este passo que vai dar Santiago de Compostela deveria ser visto dentro de um plano mais amplo, no quadro da Lei Paz-Andrade: a adesão de diversas entidades privadas ou públicas, como observadoras, nos diversos órgãos e institiçoes da Lusofonia.

A UCCLA.

A “União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa”, foi fundada o 28 de junho de 1985, sendo Presidente da Câmara de Lisboa, Nuno Krus Abecasis. Esse dia assinaram o ato de fundação, as cidades de Bissau, Lisboa, Luanda, Macau, Maputo, Praia, Rio de Janeiro, e São Tomé/Água Grande.

Segundo os artigos 1º e 2º do seus Estatutos, define-se como de uma associação intermunicipal de natureza internacional, sem fins lucrativos e cuja duração é por tempo indeterminado e com sede na cidade de Lisboa.

A UCCLA tem por objetivo principal, fomentar o entendimento e a cooperação entre os seus municípios membro, por meio do intercâmbio cultural, científico e tecnológico e pela criação de oportunidades económicas, sociais e de convivência, tendo em conta o progresso e o bem-estar dos seus habitantes.

Para a procura dos seus objetivos, a UCCLA tem como fins, entre outros, os de fomentar os vínculos, relações e intercâmbios de todo o tipo entre as cidades membro, incrementar as relações entre a União, os seus membros e as cidades com relevante componente histórico-cultural de raiz lusófona.

Texto na íntegra da Proposta:

PROPOSTA DE ALCALDIA EN RELACIÓN Á APROBACIÓN DA ADHESIÓN DO CONCELLO DE SANTIAGO, COMO MEMBRO OBSERVADOR, Á “UNIÃO DAS CIDADES CAPITAIS DE LÍNGUA PORTUGUESA” (UCCLA).

PROPOSTA

1.- A lei 1/2014, do 24 de marzo, para o aproveitamento da lingua portuguesa e vínculos coa lusofonía (“Lei Paz Andrade”), recolle que a lingua propia de Galicia, polo feito de ser intercompresinble co portugúes, outorga unha valiosa vantaxe competitiva á cidadanía galega en o moitas vertentes, nomeadamente na cultural pero tamén na económica. Por isto debemos dotarnos de métodos formativos e comunicativos que nos permitan desenvolvernos coa naturalidade nunha lingua que nos é moi próxima e nos concede unha grande proxección internacional.

2.-Dita lei, indica que os poderes públicos galegos promoverán o coñecemento da lingua portuguesa e das culturas lusófonas para afondar nos vencellos históricos que unen Galicia cos países e comunidades de lingua portuguesa e polo carácter estratégico que para Galicia teñen as relacións económicas e sociais no marco da Eurorrexión Galicia-Norte de Portugal.

3.-Asemade, deberán ser promovidas as relacións a todos os niveis cos países da lingua oficial portuguesa, constituíndo este un obxectivo estratégico do Goberno galego.De xeito especial, entre outros eidos, fomentarase a participación das institucións en foros lusófonos de todo tipo, así como a organización na Comunidade Autónoma galega de eventos con presenza de entidades e persoas de territorios que teñan o portugúes como lingua oficial.

4.-Por todo o anterior, o Concello de Santiago, co obxectivo de promover o coñecemento da lingua portuguesa e para afondar nos vencellos históricos con outros países e comunidades de lingua portuguesa, entende de interese para a cidade, a súa adhesión á asociación “União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa” (en diante UCCLA).

4.-A “União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa”, foi fundada o 28 de xuño de 1985, sendo Presidente da Cámara Municipal de Lisboa, Nuno Krus Abecasis. Ese día asinaron o acto de fundación, as cidades de Bissau, Lisboa, Luanda, Macau, Maputo, Praia, Río de Janeiro, e San Tomé/Água Grande.

2.-Segundo os artigos 1º e 2º do seus Estatutos (anexo I), trátase dunha asociación intermunicipal de natureza internacional, sen fins lucrativos e cuxa duración é por tempo indeterminado e con sede na cidade de Lisboa.

3.-A UCCLA ten por obxectivo principal, fomentar o entendimento e a cooperación entre os seus municipios membro, polo intercambio cultural, científico e tecnológico e pola creación de oportunidades económicas, sociais e de convivencia, tendo en conta o progreso e o benestar dos seus habitantes.

4.-Para a procura dos seus obxectivos, a UCCLA ten como fins, entre outros, os de fomentar os vínculos, relacións e intercambios de todo tipo entre as cidades membro, incrementar as relacións entre a União, os seus membros e as cidades con relevante compoñente histórico-cultural de raíz lusófona.

5.-O Concello de Santiago pasaría a formar parte da UCCLA coa categoría de membro observador. O artigo 5, apartado C), dos seus Estatutos, establece que poden ser membros observadores as comunidades lusófonas e as cidades lusófonas e non lusófonas que pretendan acompañar a actividade da UCCLA.

6.-En base ao artigo 6, apartado D) dos seus Estatutos, o Concello de Santiago como membro observador tería que cumprir coa obriga de pagar puntualmente a cota de admisión e as cotas periódicas que así se establecen.

7.-O regulamento (anexo II) que recolle as cotas de admisión e periódicas para os distintos membros da UCCLA, establece que as mesmas son determinadas en función dos escalóns indicados no propio regulamento.

8.- O valor da cota de admisión dos membros observadores é de 1.500 euros (artigo 5.3) e o das posteriores cotas periódicas é de 1.500 euros por cada ano civil (artigo 6.3)

9.- O pago da cota de admisión, en contía de 1.500 euros, correspondente aos membros observadores, quedará condicionado á existencia de crédito suficiente no orzamento do 2017.

Por todo isto, sométese á aprobación do pleno a seguinte PROPOSTA DE ACORDO:

Adhesión do Concello de Santiago, como membro observador, á “União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa” (UCCLA).

Santiago de Compostela, 7 de outubro de 2016

Martiño Noriega Sánchez

Alcalde do Concello de Santiago

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