CASA DA ACHADA – CENTRO MÁRIO DIONÍSIO – 8 ANOS A ABRIR – SÁBADO e DOMINGO, 30 de SETEMBRO e 1 de OUTUBRO, às 16 horas

 

8 anos a abrir!

Oito anos a abrir é muito tempo, mas pode ser só o começo. E, como começámos, temos vontade de continuar. Venham amigos. Vamos partilhar fôlego para continuar.

 

Eis a mesa bem servida As flores A toalha dos grandes dias

Em redor a gente da casa e os amigos

Comemos bebemos falamos ruidosamente para não nos trairmos

Baralham-se as palavras

e histórias e memórias desembestadas

Rimos muito para abafar o que nos falta

e nunca se sabe

o que vem a ser ao certo

 

Onde estão os amigos ao correr desta quaresma

 

Quanto mais nos apertamos mais tudo se afasta e desvanece

Quanto melhor nos sentimos mais vazio tudo é

nesses dias de festa onde está a festa já festa não há

horrendos esses dias mas quem sabe a falta que um dia isto nos fará

esses dias tão ocos quem dera fugir-lhes só que deles precisamos

ainda assim

 

Mário Dionísio

(traduzido do francês por Regina Guimarães)

 

 

Assinalamos os oito anos de abertura da Casa da Achada ao público com uma conversa do ciclo «Terceira idade», a inauguração de uma nova exposição, já do novo ciclo, e convívio com intervenções a várias vozes sobre coisas soltas estes 8 anos.

Programa:

Sábado, 30 de Setembro

16hO coro da Achada canta 8 canções

16h30Debate aberto: O que é isso de reformar-se?

18h30Intervenções várias: «Deste dia não me esqueço: achados destes 8 anos» e convívio

 

Domingo, 1 de Outubro

16hInauguração da exposição «Um grande comício sem palavras» – A partir da II Exposição Geral de Artes Plásticas de 1947, com visita guiada por Eduarda Dionísio e Eupremio Scarpa.

A exposição quer lembrar as Exposições Gerais de Artes Plásticas (EGAP), que foram um marco na história da luta e da resistência de artistas anti-fascistas contra a Ditadura, o Estado Novo, as políticas de António Ferro. A 2.ª EGAP, em 1947, teve a «honra» de receber a visita da PIDE, que apreendeu 12 quadros de 11 artistas (entre os quais, Mário Dionísio).

Na exposição será possível ver 6 dos 12 quadros apreendidos, outras obras, de Mário Dionísio e de outros autores, que têm ligação com as EGAPs e uma série de painéis de enquadramento histórico, com reprodução de inúmeros documentos.

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