O MAIOR GRUPO ÉTNICO por Luísa Lobão Moniz

O maior grupo étnico, sendo minoritário na sociedade em geral, é o mais perseguido e discriminado tanto na Europa como em Portugal.

Não vale a pena dizer qual é porque toda a gente sabe de quem se trata.

O Homem vai para o Espaço com alguma facilidade, aqui é respeitada a igualdade de género. Eles e elas verão algo que, nós, cá na Terra, não temos acesso… são homens e mulheres que darão seu testemunho, que continuarão as pesquisas espaciais, que contribuirão para mais conhecimento…

Na imensidade espacial, homens e mulheres decidem lado a lado.

Aqui, no nosso pequeno território, parece haver espaço só para alguns e sempre para  os mesmos, os que têm poder… seja em que grupo cultural for.

Há quem reconheça o poder de decisão nos mais antigos, nos que têm vida suficiente para saberem resolver problemas, há quem reconheça o poder em quem tem mais dinheiro, em quem tem mais visibilidade mediática.

A comunidade maioritária vive como se as suas regras fossem universais e iguais para todos, mesmo para os diferentes, com outras regras.

Já nos esquecemos que em tempos que já lá vão quando morria o homem da casa a mulher se vestia de preto , “da cabeça aos pés”, para sempre; já nos esquecemos como era importante o luto: fechavam-se as portadas das janelas, não se ouvia rádio, não se faziam festas. Quem estava de luto era respeitado e compreendida a sua dor.

Hoje em dia há um grupo cultural que faz o mesmo, mas que é afastado porque estão todos vestidos de preto, porque os homens deixam crescer a barba, porque as mulheres nunca mais mostram o cabelo. Durante os primeiros dias de luto os elementos da família convivem todos juntos, contam histórias e as crianças não vão à escola para poderem aprender com os mais velhos.

Os outros, a comunidade maioritária, tem legislação própria para estabelecer o número de dias que cada um pode faltar para viver o luto, e pasme-se, o número de dias não depende de relações afectivas mas do grau parentesco.

Numa sala de aula, uma criança fez o seguinte comentário “ olha os espertos! Quando morreu o meu avô eu só faltei um dia.”

Só esta frase reflecte o preconceito, ainda que invisível, sobre modos de estar e de sentir a Vida e a Morte. Porque se parte do princípio que faltar só um dia é que está certo? Pois cada dia que se falta é menos o que se produz em detrimento da partilha de afectos.

Sim, as meninas têm que ir “inteirinhas” para o casamento, em 2018! Esquecemos que há vários anos atrás as meninas tinham que ir virgens para o casamento…

Seremos assim tão diferentes, ou tão iguais, que se justifiquem preconceitos e discriminações? A questão é que o Tempo não é vivido da mesma maneira pelos diferentes grupos culturais! Poderemos, talvez, considerar que o crescimento humano passa pelos mesmos estadios de maturidade com vista à coesão social e felicidade.

É necessário referir os grupos culturais para se perceber as diferenças e as igualdades?

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