Hoje faleceu Júlio Pomar, figura maior da pintura e das artes plásticas portuguesas dos séculos XX e XXI. Escreveu numerosos textos de crítica e ensaio sobre arte e cultura, tendo contribuído significativamente para a ligação entre a arte criada em Portugal e a de lá de fora. Cidadão empenhado, participou activamente na resistência à ditadura, o que chegou a valer-lhe a prisão, e fez com que se exilasse em Paris em 1963. Regressado depois do 25 de Abril de 1974, manteve-se sempre activo até aos seus últimos dias. O Atelier-Museu e a Fundação Júlio Pomar (ver links abaixo) permitem que a sua vida e a sua obra continuem a ser divulgadas. Espera-se que as homenagens que vão com certeza ser feitas deixem vincados o valor da sua obra e o mérito do cidadão que foi.
Conforme Júlio Pomar referiu, a sua comunicação com o mundo como pintor começou através do neo-realismo, reflectindo o tempo em que vivia, de grande dureza para o povo português. O Almoço do Trolha, pintado entre 1946 e 1950, e para alguns inspirado na Sagrada Família, será a obra mais significativa dessa época.
Na sua longa carreira, para além da pintura, deixou obras de desenho, cerâmica e gravura. Salientem-se os murais na estação do Alto dos Moinhos, em Lisboa, e o Unicónio, no Café Central das Caldas da Rainha.
O retrato de Mário Soares que Júlio Pomar pintou para o Museu da Presidência revela-nos outras facetas suas. Para além do pintor de génio, o amigo irreverente, que não negou pintar o retrato a quem esteve preso na mesma cela com ele, mas o fez a seu modo.
O cão que comia a chuva, de Richard Zimmler, uma obra de 2016 para o público infanto-juvenil, por convite do autor foi Júlio Pomar quem fez as imagens
Sobre o contexto político, social e cultural da vida de Júlio Pomar, foi publicado em 2017 o livro O Pintor E O Seu Tempo, de Irene Flunser Pimentel.
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