Sobre as razões que estão na base dos focos de tensão entre a China e os Estados Unidos – 13. A China é lider na inovação. Por John Mauldin

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Seleção e tradução de Júlio Marques Mota

13. A China é lider na inovação

john mauldin Por John Mauldin

Publicado por mauldin economics logo em 7 de setembro de 2018 (texto original aqui)

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Dificilmente passa um dia sem que não haja algum tipo de notícia de China nas manchetes financeiras. Há uma boa razão, também. A China é um enorme peso pesado da economia global, a segunda economia em dimensão, logo a seguir aos Estados Unidos. Sim, foi em grande parte uma economia empresarial de imitação até ao início de 2000, mas os empresários chineses têm realmente assumido a liderança nos últimos 10 anos. Alimentada pelos lucros da enorme procura de bens de consumo, os empresários chineses estão a expandir-se não somente na China, mas também na economia global. Esta história é largamente ignorada nos EUA e em grande parte da Europa. Ouvimos falar de alguns projetos aqui e ali, mas não compreendemos a sua extensão.

A China está a caminho de se transformar na maior economia no mundo, o que deveria sê-lo pela sua população (possivelmente com a exceção de India, se alguma vez eles atuarem em conjunto). Alguns acontecimentos de curto prazo e argumentos, por vezes, obscurecem esta realidade de longo prazo. A transição da China da pobreza rural para se transformar na potência exportadora que todos conhecemos e o Golias do consumo à escala do mundo pode ser o evento económico de mais fortes consequências de séculos. Possivelmente de sempre – eu não vejo nenhum exemplo histórico para rivalizar com esta realidade. Os historiadores podem argumentar com o Império britânico ou mesmo os Estados Unidos da América de 1800-2000, mas isso levou séculos. A China fez isto em pouco mais de 30 anos.

Quando eu digo “consequencial”, quero dizer que eles podem ser bons ou maus. Nós assistimos aos dois lados e iremos continuar a ver. Em conjunto com Worth Wray, eu escrevi uma antologia em 2015 sobre a China chamada A Great Leap Forward ?  Por isso, o presente texto não é o meu primeiro mergulho profundo na realidade chinesa.

Mesmo assim, periodicamente eu gosto de retroceder um pouco e avaliar onde estamos nesta enormíssima mudança, e é sobre isto que me vou debruçar nos próximos textos que irei publicar. Hoje e na próxima semana, vamos olhar para o lado positivo: as coisas boas que acontecem na China, muitas das quais vão ajudar o resto do mundo, também. Assim tal como o trabalho que hoje se faz nos EUA e na Europa e em outros países está a ajudar o resto do mundo. Empreendedores e cientistas estão a inventar novas maneiras para melhorarmos as nossas vidas e isto é bom para todos e em todos os lugares. Depois o terceiro texto irá considerar algumas mais obscuras possibilidades. Nem tudo o que brilha na China é ouro, como os leitores de longa data sabem.

Eu poderia começar pela análise das estatísticas para se ver como a China é grande, mas elas são tão assombrosas que por isso mesmo não conseguimos processá-las. Em apenas uma geração, algo como 300 milhões de pessoas passaram da agricultura de subsistência rural para os empregos urbanos industriais e tecnológicos. Algumas das cidades em que muitos agora trabalham, não existiam quando nasceram. Centenas de milhões mais estão a esperar a sua vez para fazer a mesma viagem ou já fizeram mesmo uma viagem para cidades “menores” de apenas alguns milhões de pessoas (note-se a ironia).

Eu posso encontrar 13 cidades com uma população de mais de 10 milhões na China. Literalmente existe um grande número de cidades de mais de 5 milhões. Mas isso não conta a toda a história. A China está atualmente a criar 19 conglomerados de “super-cidades”, fortalecendo as ligações entre elas. O HSBC projeta que 80% do PIB chinês virá dessas cidades.

Na semana passada, o Financial Times informou que Pequim tem planos para integrar as antigas colónias ocidentais de Hong Kong e Macau com outras áreas urbanas próximas, incluindo Shenzhen e Guangzhou nesta “maior área da baía.” (GBA) Isso representa já 12% do PIB chinês e 37% das exportações do país. Pequim quer que esta área GBA seja leader na inovação do país e do crescimento económico.

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Photo: Getty Images

 

Para o efeito, o governo está a realizar fortes investimentos em infraestruturas na região, incluindo uma ponte de 22 milhas ligando Hong Kong e Macau (não é barato!) com o continente e uma nova ligação ferroviária a custar 11 mil milhões de dólares para Hong Kong. Planeia também eliminar algumas das barreiras burocráticas que atualmente estão a desacelerar o comércio.

A Grande Área da Baia [GBA] é o lar de uma alta concentração de negócios privados dinâmicos, como Tencent, Midea e Huawei. É também o aglomerado urbano mais inovador da China, gerando mais de 50% das aplicações internacionais de patentes do país. E, de acordo com o HSBC, a Grande Área da Baía é a menos sobrecarregada de empresas estatais ineficientes e capacidade excessiva.

A razão é simples: a Grande Área da Baía é muito mais orientada para o mercado do que as suas homólogas, com Hong Kong e Macau a serem muito mais abertas para o mundo exterior do que quaisquer outras cidades chinesas. Ambas as cidades não só permitem o fluxo mais livre de bens, serviços, capital, tecnologia, talentos e recursos, mas também cumprem as normas globais em termos de regulamentos, práticas empresariais, infraestruturas amigas do ambiente e até mesmo de estilos de vida. “

(Fonte: Andrew Sheng and Xiao Geng, Project Syndicate)

Parte desta área é Shenzen, a norte de Hong Kong.

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Image: Google Maps

 

Em 1980, Shenzhen era uma vila piscatória de 30.000 pessoas. Hoje, ela produz 90% da eletrónica mundial e é o lar de mais de 12,5 milhões pessoas. Tem 3 milhões de empresas registadas. Está a registar um crescimento de mais de 12% ao ano, dobrando nestes últimos seis anos.

A dimensão desta região é difícil de imaginar. Com quase 70 milhões de pessoas e $1,5 milhão de milhões de PIB, é economicamente maior do que a Austrália ou o México. Guangdong (a parte de China continental) exportou por si-só 6,7 milhões de milhões de bens no ano passado. Três dos dez portos de contentores mais movimentados do mundo estão na região. Isto pode representar Silicon Valley alimentado por esteróides.

Sobre esta matéria, poderiam ser os esteroides dos americanos, pelo menos geograficamente. De Hong Kong pode-se voar para Singapura, Kuala Lumpur, Bangkok, Manila, Xangai, Seul, e Tóquio tão rapidamente como eu posso chegar de Dallas a San Francisco. Esta Grande Área da Baía será o centro da região de crescimento mais rápido do mundo, com milhares de milhões de pessoas a fazerem negócios inteligentes, cientistas e consumidores.

De acordo com Wealth-X, Hong Kong acaba de ultrapassar Nova York como a maior concentração do mundo de pessoas ultra-ricas (património líquido de $30 milhões ou mais). O seu estudo atribui este facto especificamente aos estreitos laços criados com a China continental. Olhe-se para isto, porque isto vai continuar. Procure isso para continuar.

Capital de investigação

Quando os americanos importam bens chineses, nós obtemos os bens que queremos e a China obtém os nossos dólares para gastar. Idem para os outros clientes da China. Eles recebem bens, a China recebe dinheiro. Nesta situação, muito do que nós compramos termina nos aterros ou como os nossos iPhones, a serem substituídos a cada poucos anos. Na China não é bem assim. Muitas vezes gastam o nosso dinheiro mais sabiamente do que usamos as suas bugigangas. (as infraestruturas são um bom exemplo. Muitas das suas autoestradas, caminhos de ferro e aeroportos são muito superiores aos nossos.)

Este é um grande gráfico sobre os maiores exportadores do mundo em 2017. Enquanto se pode ver claramente que a China ultrapassa os Estados Unidos em exportações, julgo interessante referir que a Alemanha tem quase a dimensão dos Estados Unidos e que a Holanda, com somente 17 milhões de pessoas, (apenas 5% da população dos EUA), exporta $652 mil milhões. Em termos da exportação em dólares per capita porque é que os EUA não estão preocupados com a Holanda?

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Image: Visual Capitalist 

 

Pequim vê os mesmos dados e percebe que a sua liderança não está garantida. A China precisa de desenvolver a sua própria tecnologia mas para o fazer isso requer investigação e a investigação requer capital. Assim, através de uma combinação de decretos governamentais e da procura de lucros está agora a ser feito um grande esforço para construir a sua própria economia baseada na inovação.

O plano não é complicado. Para resumir, “gaste-se dinheiro nela.” Pequim está a forçar o investimento no capital de risco a um ritmo surpreendente. O meu amigo Peter Diamandis publicou os dados no mês passado.

No final de 2017, 3.418 fundos chineses de capital de risco foram lançados no espaço de um ano, levantando um valor expresso em dólares de 243 mil milhões, ou 1,61 milhão de milhões RMB.

Dos $154 mil milhões investidos em capital de risco em 2017, 40 por cento veio da Ásia (principalmente capital de risco chinês). E a aparte dos americanos no capital de risco? Apenas 4 pontos percentuais superiores, em 44%.

Nos primeiros três trimestres de 2017, 493 fundos garantidos pelo Estado foram criados com um capital total de 114 mil milhões de dólares (756,8 mil milhões de RMB).

E dois anos antes, os cofres de capital-risco chineses tinham ultrapassado o espantoso valor de $336,4 mil milhões de dólares.

Num grande impulso para capturar a propriedade intelectual e impulsionar o crescimento em setores tecnológicos chave, o cenário do capital de risco na China está em plena expansão.

Em 2016 – antes dos números de Peter acima apresentados – o investimento de risco na China tinha praticamente alcançado os valores americanos. Agora, a China está provavelmente à frente.

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Image: VentureBeat

 

Claro, simplesmente gastar dinheiro não é o mesmo que gastá-lo sabiamente, nem significa que os produtos resultantes terão sucesso. Mas a pesquisa é o primeiro passo, sem o qual pouca coisa pode acontecer. A Inteligência Artificial (ainda) não se inventa por si-mesma.

Peter Diamandis diz que as empresas chinesas de capital de risco estão a visar três segmentos: robótica, veículos sem condutor, biotecnologia. Eu posso ver porquê, também: uma necessidade demográfica. É estranho imaginar escassez de mão-de-obra num país tão grande, mas ele é um problema crescente para a China. As décadas da política de filho único produziram um severo desequilíbrio etário. A Robótica e os veículos sem condutor irão abordar esse problema, enquanto a biotecnologia pode ajudar a China a evitar os gastos de saúde que pesam sobre a economia americana.

Isto são ainda boas notícias para todo o mundo. A inovação chinesa nestes segmentos não vai ficar só na China. Eles vão exportá-la e, se é melhor do que o que os outros produzem, o mercado vai fazer com que todos saiam beneficiados comprando aos chineses. Assim, eu espero que eles sigam a toda a velocidade em frente. Que ganhe a melhor tecnologia. (claro, eu ainda vou torcer para que sejamos nós, americanos!)

Guerras de papel

É do conhecimento geral que a China produziu mais cientistas e engenheiros durante décadas que todo o Ocidente. Muitos de nós tínhamos suspeitas sobre as qualidades das universidades e dos seus graus. Não podiam ser tão bons como os nossos, pois não? Bem, estamos a começar a ver a resposta a isso, e acontece que eles eram claramente comparáveis e, possivelmente, ainda melhores em algumas áreas.

Como o gráfico indica, eis os países que têm mais cientistas, em Tecnologia, Engenharia e Matemáticas (sigla STEM)

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Image: Forbes

 

Sabemos que a contribuição da China para o conhecimento científico tem crescido, mas de quanto é a sua contribuição é menos claro. Exatamente o que é que que conta como investigação “chinesa”? Temos pessoas chinesas que trabalham dentro de China e noutros países, nomeadamente muitos deles nos EUA e nas universidades europeias. Como categorizamos as suas contribuições? Isso é bem difícil de avaliar.

Um estudo recente apresenta-nos novos dados. No mês passado, Quartz citou um estudo feito por Qingnan Xie da Universidade de Nanquim e Richard Freeman do Bureau Nacional of Economic Research, que analisou o número de trabalhos científicos com autores chineses. Ao contrário de outros estudos semelhantes, incluíram não apenas autores a viverem na China, mas também aqueles com nomes chineses situados fora do país.

É um padrão imperfeito, é claro. Pode-se ter um nome chinês e viver em Singapura. Muitos cidadãos dos Estados Unidos têm apelidos chineses, e a diáspora chinesa é bem conhecida. Do mesmo modo, nem toda a investigação feita por investigadores etnicamente chineses encontrará uma forma de ser aproveitada pelas empresas chinesas ou pelas agências governamentais e nem todos os textos representam  uma contribuição igualmente valiosa para a base de conhecimento do mundo. Mas o estudo parece tão rigoroso quanto possível, e acho que os resultados gerais são provavelmente corretos, pelo menos quanto à sua direção.

Xie e Freeman constaram que em 2016, grosso modo 24% dos papéis científicos têm um autor com um nome chinês. Se forem incluídos os papéis em língua chinesa, a percentagem sobe para 37%.

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Image: NBER

 

Olhando para o problema de uma outra forma, a China produz 15% do PIB global, mas produz mais de um terço dos documentos científicos. Parece que os diplomas universitários estão a começar a dar resultados na investigação atual.

De novo, não estamos a considerar o valor desses documentos científicos. Alguns podem não ter nenhuma utilidade. Mas apenas em termos do volume de textos publicados a China está a produzir de longe mais investigação que a sua parte do PIB no PIB mundial e do que o peso da sua população na população mundial. Como o gráfico mostra, este número também tem estado a subir constantemente.

Agora, reconheça-se como é que se dão os avanços na ciência. Estes são muitas vezes uma consequência de grandes números. Quanto mais pessoas inteligentes existem a tentar resolver um problema, mais provável é um deles acabar por encontrar a solução. A maioria vai falhar e isso não é grave. Tudo o que se precisa é de ter um caso de sucesso.

Se a China tem mais cientistas que trabalham em mais problemas do que qualquer um outro país – e é mesmo assim – então nós podemos esperar que a China encontre mais soluções, com tudo o resto constante.

Como já disse, isso é bom de uma perspetiva global, porque todos nós vamos ter o benefício desses avanços. Mas nós não conseguimos ter esse benefício sem contrapartida, sem custo, e o preço será tanto mais elevado para nós americanos se temos de importá-los da China.

Assim, esta não é uma corrida da qual os EUA ou a Europa ou o Ocidente devam desistir, mas estamos a desistir de várias maneiras. Por exemplo, quando nós admitimos estudantes chineses para estudarem nas nossas universidades de topo e depois não os deixamos permanecer aqui para construírem as suas carreiras. Nós educamo-los e mandamo-los de volta ao país natal. Não faz sentido nenhum. Devíamos dar-lhes um Green Card e uma porta aberta. Será que o leitor pensa que eles nos estão a tirar os nossos empregos? Não, eles criam emprego na China quando poderiam criar empregos aqui. Estou apenas a pensar alto.

 

Um lugar para Inovar

Matt Ridley diz que o progresso humano e a prosperidade dão os maiores saltos quando “as ideias fazem sexo umas com as outras”. Por outras palavras, produzem descendência. Este processo criativo acontece mais rápido e mais facilmente quando os detentores de ideias partilham a proximidade. Muitas invenções vêm de grandes cidades, não porque as pessoas da cidade sejam mais inteligentes, mas porque a mistura necessária de ideias estava no mesmo lugar, ao mesmo tempo. Nos EUA, o Silicon Valley muitas vezes serve este propósito. Juntamente com Austin, Dallas, Boston, Nova York e outros.

A China tem abundante capital de risco para financiar a investigação e um grande número de investigadores a lançar ideias. Precisa de um lugar central para que essas ideias tenham sexo frequente umas com as outras. O governo está ciente disso e, no verdadeiro estilo da economia de comando, decretou que isso acontecerá na área da Grande Baía que mencionei acima.

O crescimento económico é, em grande medida, um jogo de números: trabalhadores vezes produtividade. A China já tem ambos os ingredientes e está a trabalhar assiduamente para melhorá-los ainda mais. Por enquanto, os EUA ainda estão à frente, mas não devemos ser complacentes. Nada exige que a economia global nos mantenha na liderança, e não estamos a fazer o que devemos fazer para a manter.

Há literalmente livros escritos sobre isto. Para onde quer que você se vire há uma história incrível. Muitos leitores estarão a dizer: “Ok, a China tem muitas cidades grandes e trens rápidos. E depois?” Pesquisas sérias mostram que a criatividade aumenta quanto maior for a cidade, medida em novos negócios, PIB ou patentes. Juntar os seres humanos tem sido uma faísca para novas ideias desde que o homem começou a organizar cidades há 10.000 anos.

Mas as grandes cidades não são a verdadeira história. A China está a mudar de uma economia voltada para a exportação para uma economia voltada para o consumidor. Essa será uma transição difícil em si mesma, mas o governo está deixando pouco ao acaso. Aqui nos EUA, somos céticos quanto ao planeamento central. Eu sou certamente. Mas tenho que admitir que, se for possível para uma economia centralmente planeada alcançar um crescimento sustentável de longo prazo, a China será aquela que o fará.

E, mais uma vez, existem décadas de investigação económica geralmente aceite para demonstrar que uma economia centralmente planeada tem algumas vantagens nos estágios iniciais de desenvolvimento. A transição para uma sociedade orientada para o consumidor é a mais difícil de gerir para uma economia planificada centralizada e de cima para baixo. Até agora, a China parece estar a permitir que os empreendedores coloquem o capital para trabalhar sem ter que dizer-lhes como fazer isso. Eles apenas lhes dão as ferramentas e, às vezes, o dinheiro também.

Na próxima semana, vamos olhar para alguns dados ainda mais surpreendentes, e depois mais tarde ir para o que poderia causar um tropeço da China. Lembram-se das previsões dos anos 80 segundo as quais o Japão seria o dono do mundo? Acontece que não se pode fazer tanta coisa a crédito. Fique atento.

 

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O autor: John Mauldin: reputado especialista financeiro, com mais de 30 anos de experiência em informação sobre risco financeiro. Editor da e-newsletter Thoughts from the Frontline, um dos primeiros boletins informativos semanais proporcionando aos investidores informação e orientação livre e imparcial. É presidente da Millennium Wave Advisors, empresa de consultoria de investimentos. É também presidente de Mauldin Economics. Autor de Bull’s Eye Investing: Targeting Real Returns in a Smoke and Mirrors Market, Endgame: The End of the Debt Supercycle and How It Changes Everything, Code Red: How to Protect Your Savings from the Coming Crisis, A Great Leap Forward?: Making Sense of China’s Cooling Credit Boom, Technological Transformation, High Stakes Rebalancing, Geopolitical Rise, & Reserve Currency Dream, Just One Thing: Twelve of the World’s Best Investors Reveal the One Strategy You Can’t Overlook e The Little Book of Bull’s Eye Investing: Finding Value, Generating Absolute Returns and Controlling Risk in Turbulent Markets.

 

 

 

 

 

 

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