Trata-se de uma reposição, de uma reprise, este Concerto já anteriormente apresentado e que decidi repor, para ver se resiste ao tempo, ou se eu ainda vou estando lúcido e atento a estas coisas. Acho que sim, que estou.
Vale a pena fruir. Como se ali estivéssemos.
Dois guitarristas. Dois estilos. Dois craques.
“Love is here to stay”… Como este clássico tema do Gershwin pode ser – é! – compatível com um violão do Brasil. Um violãozão.
De como aquela insubstituível batida se mistura com o Jazz, sai dos limites de si própria.
Bem como o extraordinário “Love for sale” quase no final (minuto 51) numa tremenda interpretação da Dianne Reeves. Tudo com népia de baterias ou percussões.
E que dizer (minuto 18) da “Influência do Jazz” tema bastante original (bem como a sua popular letra) que um dia o Carlinhos Lyra inventou – “zangado” que estaria com a mania do Jazz se estar a meter na MPB, tema esse que o ”Tamba Trio” imortalizou (de cair para o lado) e aqui o Lubambo volta a ressuscitar e a fazer-me cair de novo para o lado.
Uma vez vi o Lubambo no Hot Clube… E caí pró lado.
Caio para o lado imensas vezes – tenho tido sorte em não partir nada.
Estou para aqui a dizer disparates, não liguem, nada disto faz sentido, ponham-se mazé já a andar de mim, que está quase na hora do almoço.
O Tamba Trio (qual tamba? Qual trio?) não imortalizou coisa alguma.
O Carlos Lyra é um anónimo qualquer brasileiro que ninguém conhece.
O Jazz já é pouco conhecido de muita gente, quanto mais a sua Influência.
E aqui para nós o Lubambo, com um nome destes, até podia ser algum obscuro dirigente africano.
As pessoas (os amigos, os amores) que conheciam estas coisas morreram ou desapareceram umas das outras, uns dos outros, com raras excepções nem sempre disponíveis, mas tenho de acreditar que há, que haverá sempre quem continue a amar, a perceber, a confiar na Música, a confirmar que ela faz parte, uma enorme, importante parte das nossas vidas.
Carlos