FRATERNIZAR – O mamarracho deixado pelo pároco Pe. André – CONCLUÍ-LO E COM QUE DINHEIRO, OU DERRUBÁ-LO? – por MÁRIO DE OLIVEIRA

 

Em 17 de novembro, envio este email a

‘Manuel Linda, Bispo da Igreja do Porto

Meu irmão em Humanidade

Na minha qualidade de presbítero-jornalista, venho pedir-lhe que me diga se o Pároco anterior, Pe. André Ferreira, deixou na conta da Paróquia o dinheiro em falta da megalómana obra que há anos projectou e se encontra parada e abandonada, desde a conclusão da primeira fase; ou se, pelo contrário, o levou com ele.

Tenho perguntado a pessoas que trabalharam mais de perto com ele, inclusive, na angariação do dinheiro para a obra, mas nenhuma delas se mostra informada a esse respeito. De modo que a sensação com que fico é que, com a saída do Pe. André, saiu também o dinheiro da megalómana obra parada e abandonada.

Cabe-lhe, como Bispo da Igreja do Porto, esclarecer-me, para eu, presbítero-jornalista, poder informar as populações cada vez mais distantes dos párocos que a Diocese lhes impõe – o verbo é forte, mas corresponde à realidade, como bem sabe – uma vez que elas, nestes assuntos, nunca são tidas nem achadas.

Sei que o assunto é melindroso, mas quem não deve não teme. E eu que aqui vivo, por opção, gostaria de poder informar com verdade as pessoas que cá residem e as das freguesias vizinhas, todas conhecedoras da situação.

Antes de concluir, aproveito para lhe agradecer por me ‘desbloquear’ e me aceitar de novo como seu ‘seguidor’ no Twitter. Devo confessar entretanto que quase sempre fico gelado com o não-Evangelho de Jesus histórico que lá divulga, bem como nas Mensagens semanais, ao cimo da última página da VP.

O meu abraço presbiteral

P.S.

Tomo a liberdade de reencaminhar este email para o da Diocese do Porto.’

 

Como era expectável, este meu pedido não teve, até ao presente, qualquer resposta. O bispo residencial é o Poder de um só em toda a diocese, tal como cada pároco é o Poder de um só em toda a paróquia. E o papa de Roma é o Poder de um só em toda a terra. O que diz bem o que é e como funciona o sistema eclesiástico e do qual só fazemos bem, se fugirmos. Em boa hora, porém, acabo de me encontrar pessoalmente com o sucessor do Pe. André, nos fundos da casa paroquial que os familiares dele puderam pôr, dispor e estragar nos muitos anos em que ele cá esteve como pároco. E o que acabo de saber junto dele diz bem o que são o sistema eclesiástico e a generalidade dos clérigos.

Fiquem, pois, as populações de Macieira da Lixa e arredores a saber que o pároco Pe. André saiu para outras paróquias, mas o dinheiro da dívida foi com ele. Na paróquia ficou a dívida e o mamarracho megalómano que, tal como está, não se chega sequer a perceber para que serve, caso haja quem demencialmente ainda queira prosseguir a sua construção. Antes do seu início, um conjunto de voluntários disponibilizou-se para andar a receber, mês após mês, das famílias, as contribuições que o pároco havia atribuído a cada uma delas. Famílias houve, mais desafogadas, que decidiram entregar de uma só vez ou em duas vezes a respectiva contribuição. Foi o que perderam. O dinheiro recebido em cada mês era entregue por todos e cada um ao pároco. Só que na hora do pagamento da primeira fase, o dinheiro mais do que suficiente para pagar ao empreiteiro não apareceu. E este acabou por ter de recorrer ao tribunal e a dívida de muitos milhares de euro tem estado a ser paga, por decisão judicial, a prestações mensais de 5 mil euros cada uma.

Do novo pároco, Pe. Abílio, a quem ofereci um exemplar do meu mais recente Livro – devo aqui testemunhar que gostei muito da sua simplicidade e do seu acolhimento – fiquei também a saber que ele, neste momento, está a tentar juntar todas as peças deste escabroso puzzle e, quando o concluir, enviará toda a informação ao bispo titular e, simultaneamente, informará ao pormenor a paróquia. A mim garantiu-me que a dívida de muitos milhares de euros é para pagar – não me revelou onde e como vai arranjar o dinheiro – sob pena de penhora da obra, por parte do Tribunal. E diz-me que, para ele, pagar a dívida é uma questão de honra. De resto, também para isso ele aceitou em obediência ao bispo assumir a paróquia de Macieira, nas condições desgraçadas em que ela se encontra. juntamente com as de Borba de Godim e de Vila Cova, cidade da Lixa.

Caberá, entretanto, às populações de Macieira que se revejam neste tipo de igreja clerical e piramidal decidir se aceitam continuar a dar do seu dinheiro para que o mamarracho acabe de ser construído, ou se, pelo contrário, alertados pela oportuna canção ‘Os Vampiros’, do nosso querido José Afonso – ‘Eles comem tudo, eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada’ – optam por deixar o bispo Manuel Linda, ex-Bispo das Forças Armadas e de Segurança, a falar sozinho. O que se espera que venha a acontecer. De contrário, aplica-se-lhes o provérbio, ‘Tão ladrão é o que rouba como o que fica à porta’. Neste caso, os que continuam a engordar os clérigos que os sugam e enganam e ainda por cima abusam das suas filhas, dos seus filhos crianças e adolescentes. É de bradar aos céus e às pedras da calçada. Acordai, pois, meus conterrâneos e demais populações do concelho e país! Acordai!

N.E.

JF faz aqui a habitual pausa do Solstício de inverno e conta regressar na sexta-feira 6 de janeiro 2022.

 

 

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