Impossível resistir a Buster Keaton – mesmo passados alguns 100 anos de grande parte dos seus filmes, como actor e realizador, em simultâneo.
Nunca atingiu a popularidade de Charlot, mas merecia-o.
Buster Keaton inteligentemente percebeu que ao não modificar a expressão, o espectador projectaria nela os seus sentimentos e sensações. Pode dizer-se que de certa forma, ele pré-concebeu intuitivamente a famosa Experiência Kuleshov.
Creio que esta montagem de humor, com comentários (alguns de Orson Welles) e uma inteligente comparação de gags por ele inventados com cenas de filmes actuais, é esclarecedora.
Esclarecedora e apreciada por gente mais nova que nunca ou pouco viu dos seus filmes, bem como por gente mais velha (que ainda a sim os viu “em segunda mão”) e que certamente voltará a rir ou a sorrir, com a imaginação por ele demonstrada nesta extraordinária sequência de gags.
E como o comentador afirma, no final: “Nothing beats the real thing”.