CARTA DE BRAGA – “da verdade às trotinetas” por António Oliveira

A verdade é sempre a primeira vítima quando chega a guerra

Esta sentença  é referida como tendo sido dita em 1917, pelo senador norte americano Hiram Johnson, quando começou a Primeira Guerra Mundial e, referida também como um baluarte da era da informação digital e instantânea. 

Hoje, com duas guerras a ‘funcionar’ ao mesmo tempo, a da Ucrânia e a do novo resgate dos bancos, são muitas as dúvidas que tal afirmação se possa manter, porque certos são apenas as imagens reais ou não mais os comunicados e contra comunicados das partes implicadas, quaisquer que sejam os lugares que ocupam nas hierarquias armamentísticas, financeiras ou bélicas aqui a ordem dos factores é mesmo arbitrária– porque também não os saberemos ordenar jamais. 

Mas o que nos vai tocar mais directamente rendas, hipotecas, alimentação e cesto básico de compras, educação, vestuário, transportes, combustíveis decorrentes da subida das taxas de juro que, era de esperar, dá origem também, e imediatamente, a uma pergunta quase óbvia, ‘Porque será que quando aparecem as contas ou os dados negativos, os estados saem sempre a defender o inevitável resgate dos bancos?’ Outra pergunta, mas esta do cronista de um jornal internacional, ‘Até que ponto é importante que o público esteja envolvido nestes mercados, que defendem e pretendem autorregular-se?’ 

Vai assim notar-se e bem, o aumento que a senhora Lagarde, mandatária do BCE, determinou para as taxas de juro porque, além do Euribor, das hipotecas, dos outros créditos, também vai aumentar gravemente a inflação, o desemprego, a dor, o esforço, as sobras nas padarias e nos pequenos comércios de bairro, as mesas vazias nas esplanadas e restaurantes, tudo a deixar a sonhada e ansiada recuperação, adiada na espera de melhores dias. 

Bem elucidativo é, aliás, o título de outro jornal internacional, ‘O BCE sobe as taxas de juro meio ponto, mas avisa que está preparado para injectar liquidez na banca’.

Decorrente disto tudo, aqui deixo transliteração de uma afirmação do director de um  jornal internacional ‘O mais assombroso disto tudo é que Biden presidente dos Estados Unidos da América e não de uma comunidade de vizinhos ter disto sem se despentear, que o capitalismo é caca e quem deita fora as regras da democracia a contar só com as do mercado, arrisca muito e perde’.

Não posso deixar de lembrar também e, até por isto, o filósofo alemão Schopenhauer, para quem ‘A vida é uma combinação de dor e tédio, uma fome nunca satisfeita, uma ilusão a terminar sempre em decepçaõ’, a mesma que sinto cada vez que conduzo, tanto nas auto estradas, como nas secundárias, mas principalmente nos núcleos urbanos, quando olho para o carro da frente e penso no pisca, ‘Aquele órgão eléctrónico e manual que equipa os automóveis e os antigos” accionavam quando ao volante, se queriam indicar que a viatura ia mudar o sentido da rota’. 

Nem falo nas trotinetas!!!

António M. Oliveira

Não respeito as normas que o Acordo Ortográfico me quer impor

 
 

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