OS JOVENS QUE VÃO TER O PODER AMANHÃ por clara castilho

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A questão é:

Que poder têm os 1,8 mil milhões de jovens espalhados pelo planeta? Este é um número sem precedentes que o relatório anual do Fundo para a População das Nações Unidas, “Adolescentes, jovens e a transformação do futuro” diz que eles “serão os fazedores e líderes do futuro global”. Os/as jovens contam porque têm direitos humanos que lhes são inerentes e devem ser realizados. E têm o poder de “transformar o mundo”, sem barreiras e sempre em prol dos direitos humanos.

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O documento sobre a situação da população mundial foi apresentado dia 18 de Novembro em vários pontos do mundo à mesma hora, em Portugal na Assembleia da República. O UNFPA explica a razão para se centrar na faixa etária entre os 10-24 anos: representando quase um terço da população mundial (28%), os adolescentes e jovens têm mais peso no mundo do que alguma vez tiveram.

Dos nove países lusófonos, apenas em Portugal e no Brasil os jovens não representam actualmente cerca de um terço da população, são 16 por cento no primeiro caso e 25 por cento no segundo, embora neste caso ascendam ainda assim a 50,9 milhões.

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Entre os restantes membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Timor-Leste apresenta o maior número de jovens com 38 por cento da população entre os 10 e os 24 anos, seguido de Angola e de Moçambique com 33 por cento (7,2 milhões e 8,7 milhões respetivamente).

Cabo Verde e Guiné-Bissau têm 32 por cento de jovens entre os 10 e os 24 anos, São Tomé e Príncipe tem 31 por cento e a Guiné-Equatorial 30 por cento.

O Fundo para a População das Nações Unidas é uma agência da ONU que trabalha para um mundo “em que cada gravidez é desejada, cada nascimento é seguro e em que o potencial de todos os jovens é exponenciado ao máximo”.

As pessoas entre 10 e 24 anos, alvo do estudo, correspondem a 25% dos seres humanos — um recorde histórico. E a tendência é de crescimento: em 2050, serão 2 bilhões. Sua distribuição, no entanto, é desigual. Noventa por cento estão nos países em desenvolvimento, confirmando a tendência ao envelhecimento das sociedades mais ricas.

No entanto, alguns números são para reflexão: por dia, 20 mil raparigas nos países desenvolvidos, com menos de 18 anos, engravidam. Todos os anos há 70 mil adolescentes que morrem por complicações na gravidez e no parto. Faltam investimentos em programas de qualidade de vida, educação e oportunidades de emprego. O resultado é a sua vulnerabilidade à violência, drogas, depressão e gravidez na adolescência, entre um leque de fatores que reduz o potencial económico e social deste contingente.

Sem investimentos em saúde e educação, as desigualdades sociais vão se perpetuar. Estes jovens “só podem transformar o futuro se tiverem competências técnicas, saúde, poderem decidir e fazer escolhas”.

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