GRUPO DE TEATRO TERAPÊUTICO NO S. LUIZ por Clara Castilho

 

 

 

 

 

 

 

 

“… O teatro e a terapia conjugam-se numa mistura com grande potencial terapêutico.

No palco recria-se a vida, permitindo-nos quebrar barreiras que nos impedem, no dia a dia, de a viver plenamente.

O teatro age directamente no que é fundamental à existência de todo o Ser Humano: ter um
espaço para Ser e viver os sonhos, os desejos, os medos, os fantasmas…

 teatro por ser vida é terapia.”

 in “Um Palco é a Vida”

 

 A história desta metodologia no Hospital Júlio de Matos já é longa. Em 1968 – Doentes do Centro Cultural Dr. Sousa Gomes, Clube de Doentes do H. J. M., com o apoio de médicos, convidaram amigos, ligados à área do Teatro, propondo-lhes um projecto com doentes que permitisse levar à cena uma peça de Teatro.

Foi Escolhida a peça “ÓLEO“, de Eugene O’Neill, sob a direcção do encenador João Silva. A partir daí nunca mais pararam com escolha sempre criteriosa de textos:  “TRONO”, de Luigi Pirandello, “A TRAIÇÃO DO PADRE MARTINHO”, de Bernardo Santareno, o qual também colaborou com o grupo ( projecto  interrompido pela exigência de um visto da Comissão de Exame e Classificação de Espectáculos, que permitisse a respectiva ordem de exibição, dado que nos encontrávamos ainda em 1971…), “CALÍGULA”, de Albert Camus, “MÉDICO à FORÇA”, de Molière, a obra de Saint-Exupéry, “O PRINCIPEZINHO” ( peça que iniciou o salto para fora do Hospital e foi apresentada no Teatro da Comuna), Peter Weis,  Almeida Garret.

Muitos destes projectos foram apoiados pela Fundação Calouste Gulbenkian sobretudo antes de 1974, passando depois as direcções de hospital a interessarem-se por esta metodologia.

A partir de 1990, as representações no exterior foram frequentes: a novela de Prosper Mérimée,  CARMEN e As Magnólias no Instituto Franco Português e no Insdtituto Superior de Psicologia Aplicada, “MEMÓRIAS” nos Grande Auditório da Culturgest, Teatro Municipal São Luiz, Barraca, Casa das Artes, a peça “TOLERAR OS TOLOS”, nos Grande Auditório de Culturgest e Teatro da Trindade, “A MURALHA”  no Instituto Franco – Português,  “SONHOS SEM FREUD”,  no Grande Auditório de Culturgest,  “TORDOA À DERIVA”  no Salão Nobre do Hospital Júlio de Matos,  “A BORRALHONA”, versão livre da “Gata Borralheira”, no Grande Auditório da Culturgest,  “A NOSSA QUINTA”, de João Silva (adaptação da obra de George Orwell, “Animal Farm”)  no Teatro Maria Matos,  “NO CAIS”, nos Teatro da Trindade, Centro Cultural da Malaposta, e Teatro Garcia de Resende, “LIMIAR” no Auditório do Instituto Português da Juventude.

O Grupo de Teatro Terapêutico não dispõe de quaisquer apoios oficiais, excepto os do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa.

O seu novo trabalho “METASTASIPOLIS“, tem estreia marcada para a sala principal do São Luiz- Teatro Municipal, para os dias 17 de Dezembro de 2011, pelas 21h30, e 18 de Dezembro às 17h30, com  encenação e direcção dos actores   de João Silva.

É de realçar que à volta do trabalho “A Muralha” surgiu um documentário, com o nome “Teatro dos Sonhos”, realizado por Rui Simões e que “TORDOS à DERIVA” foi posteriormente publicada pela Editora Cavalo de Ferro.

 

 

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