Na categoria de “Contemporary issues stories” venceu o primeiro prémio do World Press Foto 2012 a fotografia de Stephanie Sinclair, tirada para a National Goegraphy, com o título “Child Brides – too young to wed “,no Ieman (Reuters VII- Photo Agency).
A este propósito podemos partilhar algumas informações, a partir das informações da Equalitynow” (http://equalitynow.org/node/868).
O casamento infantil (que ocorre antes dos 18 anos) é uma violação dos Direitos Humanos, comprometendo o desenvolvimento das raparigas e que frequentemente resulta numa gravidez precoce e isolamento social com pouco acesso à educação reforçando a natureza de género da pobreza. Neste site podemos ver as razões desta prática; a prevalência; as implicações na saúde, na educação, na pobreza, violência doméstica, assim como a idade mínima para casar em todo o mundo.
A maioria dos casamentos infantis são também os casamentos forçados, em que o consentimento da criança não é considerado antes da consumação da união. Isto diz respeito sobretudo a crianças do sexo feminino.
Este facto tem razões:
– Económicas: As meninas são vistas como um fardo económico ou valorizada como capital para seu valor de troca em termos de bens, dinheiro ou gado. O casamento é visto como uma garantia para o seu de futuros, em situações de insegurança e pobreza aguda, num mecanismo de protecção ou estratégia de sobrevivência.
– Controle sobre a sexualidade, costume e tradição: o casamento de crianças é muitas vezes visto como necessário para controlar a sexualidade das meninas, o que está directamente ligado à honra da família e estauto.
De acordo com o Centro Internacional de Pesquisa sobre a Mulher (ICRW), 51 milhões de meninas entre as idades de 15-19 estão nesta situação; 100 milhões de meninas irão casar-se antes dos dezoito anos na próxima década.
Consequências do casamento infantil
Saúde
A maioria dos jovens noivas têm acesso limitado a serviços de contracepção e saúde reprodutiva e de informação. Elas estão expostas a precoces e frequentes relações sexuais e a repetidas gravidezes e partos, antes de serem fisicamente maduras e psicologicamente aptas. A fístula obstétrica é uma das consequências mais
devastadoras, afectando mais de dois milhões de meninas e mulheres jovens. Mortes relacionadas com a gravidez são a principal causa de mortalidade entre os 15 e os 19 anos, e meninas em idade de 15 anos ou menos são cinco vezes mais vulneráveis.
Também são mais vulneráveis a infecções sexualmente transmissíveis (DSTs), inclusive HIV/AIDS. Por exemplo, em Kisumu, Quénia, as taxas de infecção por HIV são de quase 33% entre as meninas casadas de 15 a 19 anos de idade, em comparação com 22% entre as meninas sexualmente atiras da mesma idade que não são casadas. A diferença de idade entre as jovens noivas e os homens com quem estão casadas chega a oito, dez anos ou mais, em alguns países. Quanto mais velho o marido, maior a probabilidade de ele ter tido várias parceiras sexuais e de ser HIV-positivo.
Educação
De acordo com a ICRW, a educação é o mais forte preditor da idade de casamento. Por exemplo, em Moçambique cerca de 60% das meninas sem instrução estão casados aos 18 anos, em comparação com 10% das meninas com o ensino secundário e menos de 1% das meninas com ensino superior. Pesquisas dos direitos humanos mostram que os maiores obstáculos para a educação das raparigas são o casamento infantil, a gravidez e as tarefas domésticas.
Pobreza
Em muitos países, o casamento infantil está ligado à pobreza. Isso é porque ele afecta particularmente os mais pobres na população, e ajuda a reforçar os ciclos de pobreza. Esposas crianças tendem a ter mais filhos e menos opções de rendimentos independentes.
Violência Doméstica
Noivas-crianças são muitas vezes mais propensas a sofrer violência doméstica e menos propensas a tomar medidas contra este abuso, a iacreditar que é justificado o homem bater na mulher.
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