VAMOS AO CINEMA – A Paixão de Júlia – (Tune in Tomorrow)

 

 

 

                   VAMOS AO CINEMA

No romance de Mario Vargas Llosa, La tía Júlia y el escribidor, há a personagem deliciosa de Pedro Camacho, criador de rádio novelas, que tem uma obsessão contra os argentinos As referências maldosas de Camacho aos argentinos vêm sempre, porém, embrulhadas em elogios como, «os nossos queridos irmãos portenhos, cuja proclamada virilidade é um mito, pois como se sabe são maioritariamente homossexuais passivos» ou «os nossos queridos irmãos argentinos que, como sabemos, têm a antiga tradição de fazer as necessidades fisiológicas num balde, na mesma divisão em que comem e dormem»… Não sei se a frases são exactamente assim, citei de memória, pois apenas quis dar um exemplo dos envenenados “elogios”aos argentinos que a personagem vai debitando ao longo da história. 

 

O livro de Mario Vargas Llosa, Prémio Nobel de Literatura 2010 deu lugar a um magnífico filme americano, realizado pelo  britânico Jon Amiel e interpretado por Peter Falk, o velho Columbo, Keanu Reeves e Barbara Hershey – “A Paixão de Júlia” (Tune in Tomorrow, 1990). O livro é delicioso e o filme uma pérola. Falk representa o papel de Pedro Camacho e os argentinos são substituídos pelos albaneses.

 

 O título original, “Tune in Tomorrow”, cuja tradução é algo como “fique ligado amanhã”, uma referência aos capítulos diários da novela transmitida pelo rádio, pois a acção decorre nos anos 50, quando a rádio ainda não fora destronada pela televisão.

 

 

 jazzpor  

No romance

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