GRAVATA PORTUGUESA – uma grande esperança da moda

 

Não se sabe porquê, mas este modelo de gravata não foi apresentado na Lisbon Fashion Week – Não é bem uma criação da nova moda portuguesa – é mais a recuperação de um modelo que Egas Moniz, aio de D. Afonso Henriques usou quando foi à corte de Leão pedir desculpa pelo lapso de seu amo. Em breves palavras recordamos o que terá acontecido.

 

Século XII: o condado Portucalense fazia parte do reino de Leão e Castela. A soberana era Urraca, tia do nosso jovem Afonso. Quando, em 1127, Urraca morreu, sucedeu-lhe o filho, Afonso VII, que decidiu intitular-se “imperador de toda a Hispânia”. No ano seguinte, Afonso Henriques foi eleito chefe dos barões, posição que o levou à escaramuça de São Mamede em que defrontou as hostes fiéis a sua mãe que queria manter o vínculo de vassalagem relativamente a Leão e Castela. A posição de Afonso Henriques foi reforçada e as teses independentistas ganharam força. Afonso VII  pôs cerco a Guimarães, e exigiu um juramento de vassalagem a seu primo; Egas Moniz, aio do nosso primeiro rei,  foi junto do imperador e disse-lhe  que o primo mantinha o vínculo. Porém,  Afonso I continuou os actos de consolidação da independência do seu reino e, em 1137, invadiu a Galiza batendo os leoneses na batalha de Cerneja. Tudo resolvido? Não. Egas Moniz dera a sua palavra e, segundo a lenda, foi a Toledo onde se situava a corte imperial, acompanhado da mulher e dos filhos, com baraços ao pescoço, pondo a sua vida e a dos seus como penhor do juramento feito . Comovido, Afonso VII, perdoou-lhe.

 

Passos Coelho bem podia ir a Berlim, levando a sua família política – de Vìtor Gaspar a Assunção Cristas – todos com a «gravata» ao pescoço (embora a senhora ministra seja contra as gravatas…). Diria então à Madame Merkel que não podia cumprir o prometido à troika…

 

Talvez Angela se comovesse como Afonso VII.

 

 

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