
Na Quinta-feira 19 de Abril chamamos a atenção para a estreia absoluta pela Companhia Portuguesa de Bailado no Teatro Camões (Passeio do Neptuno, ao Parque das Nações) às 21h, do espectáculo coreográfico “PERDA PRECIOSA · D. Sebastião morreu” que ali permanecerá até 29 de Abril.
O bailado tem encenação, dramaturgia e cenografia de André e. Teodósio e coreografia de Rui Lopes Graça, sendo a concepção e a interpretação musical de Massimo Mazzeo dirigindo o Divino Sospiro. Do guião dos coreógrafos extraímos como textos explicativos das suas duas partes:
« I – D. Sebastião era um rei e simultaneamente um miúdo com a mania das grandezas. Historicamente a sua perda foi devastadora para a cultura portuguesa pois, para além da identidade, perderam-se também séculos à espera que uma qualquer figura surgisse para nos organizar a desordem. E se, ao contrário do nosso destino, tivéssemos conseguido capitalizar a sua morte? Se o nosso comportamento tivesse estado mais próximo da felicidade dos curiosos albinos da Ilha dos Lençóis, que afirmam ser seus descendentes, do que do atavismo nostálgico que foi marcante na cultura portuguesa? PERDA PRECIOSA é o início de uma nova História…
« II – No início há um morto: um super-herói púrpuro que afirma ser Capitão Cristo. Ao batalhar contra tudo e todos, touros e mouros, fina-se o menino de cabelos de ouro. A ordem escondia o desejo de liberdade … Do delírio orquestrado surge a nossa contemporaneidade democrática; mas este mundo tal como o conhecemos, e que é tão rico em diferenças, por vezes homogeniza-se para perpetuar um hábito herdado de D. Joana: celebrar as saudades do seu Sweet 16 … é a festa heterogénea em que, ao contrário do mundo clássico da primeira parte, todos os descendentes de um morto anseiam pelo seu regresso. E cumprindo à regra a segunda parte de um ballet, o morto regressa. A sua amante impossível lança-se violentamente nos seus braços … É como nas terceiras partes dos clássicos! Porque nunca mentimos: PERDA PRECIOSA é um ballet.»
Do clima dos ensaios deste ballet dá uma boa imagem este vídeo (que não dispensa a ida!):