AINDA A SENHA

 

Às dezassete horas, tenentes Baluda Cid, Ramos Cadete e Silva Aparício saem da Escola Prática de Cavalaria e dirigem-se a Lisboa, com a missão de “controlar”, “aliciar” alguns oficiais e tentar “inoperacionalizar” algumas viaturas blindadas do Regimento de Cavalaria Sete.

 

A par destas questões, o pormenor da senha continua a ser objecto de cuidados – Manuel Tomás convoca Leite de Vasconcelos (um outro responsável pelo referido programa, companheiro de Manuel Tomás em Moçambique), em dia de folga na locução do Limite, para «gravar poemas». Carlos Albino escreve textos para serem visados pelo censor.

 

Às dezassete e trinta os graduados milicianos da EPC ultimam os preparativos para a operação, designadamente quanto a material e equipamentos.

 

Às dezanove horas os censores na Rádio Renascença autorizam os textos e o seguinte alinhamento do bloco com a duração de 11 minutos: quadra, canção Grândola, quadra, poemas Geografia e Revolução Solar, da autoria de Carlos Albino, e a canção Coro da Primavera. Quando são vinte horas, na Rádio Renascença, Leite de Vasconcelos procede à gravação dos textos que lhe são apresentados, desconhecendo o seu objectivo.

 

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