Giuseppe Verdi nasceu em 10 de Outubro 1813 na aldeia de Ronqole, a sete quilómetros de distância de Busseto, vila que na altura estava integrada na administração do governo francês e assim, por ironia do destino, um dos homens mais populares de Itália é registado com o nome de Joseph Fortunin François Verdi.
Aos 10 anos de idade foi para Busseto onde frequentou o liceu local. Aos 18 anos instalou-se em casa de Barezzi onde, entre outros deveres, tinha o de dar lições de piano à bela Margherite, uma das suas filhas, sete meses mais nova do que ele, e com quem viria a casar.
Mais tarde foi para Milão e, como não conseguiu entrar no conservatório, ajudado por Barezzi, estudou 3 anos sob a orientação de um operista da escola napolitana, Vincenzo Lavigna, que era professor de piano do Scala.
O nome de Verdi está muito ligado ao Teatro alla Scala de Milão. Nele foi estreada a sua primeira ópera “Oberto, Conte di San Bonifacio” (1839), bem como a sua última obra “Falstaff” em 1893.
“Nabucco” a primeira das obras-primas de Verdi faz parte de uma série de óperas de profunda intenção política, que correspondia aos anseios de independência da dominação austríaca.
Dessa ópera, com versos de Tenistocle Solera, estreada em 9 de Março de 1842, cujo primeiro verso começa “Va, pensiero, sull´al dorate” (via pensamento sobre asas douradas), a parte do canto dos escravos hebreus, significou para os italianos, o reflexo da sua revolta ao jugo da ocupação austríaca, o que levou o público a explodir com uma ovação apoteótica ao terminar o coro.
No ano seguinte, Verdi levou à cena “I lombardi alla prima crociata” (os lombardos na primeira cruzada).
Depois do êxito de “Ernani “ que Verdi estreou em 2 de Novembro de 1844, no teatro argentino de Roma, seguiu-se “I due Foscari”. Três meses depois seguiu-se “Giovanna d´Arco” no Scala de Milão com libreto de Solera.
Em 17 de Março de 1846 apresentou “Attila”, no Teatro La Fenice de Veneza. A protagonista faz uma entrada com as palavras “Sento di Patria indefinita amore” seguindo-se “Noi, noi donne italiche/cinte di ferro il seno/Sul fúmido terreno/Sempre vedrei pugnar” (a nós, a nós mulheres italianas/com o peito cingido de ferro/sobre este solo luminoso/ sempre vos verei lutar).
Perante frases como estas, os teatros rebentavam em aclamações delirantes com os homens a aplaudir em pé e as mulheres a agitarem lencinhos tricolores.
Deste modo Verdi ia-se transformando no grande cantor das esperanças de liberdade, de um povo inteiramente identificado com aquela música.
Continua no próximo domingo…..
Base da informação: colecção “Enciclopédia Salvat dos Grandes Compositores” – Elvio Giudici