EM COMBATE – 118 – por José Brandão

Esquadrão de Reconhecimento 2640

GUINÉ
1969-1971

 

 

 

O Esquadrão de Reconhecimento Fox nº 2640 foi formado em Castelo Branco no Regimento de Cavalaria nº 8 em Novembro de 1969. Era composto por cinco oficiais, dezassete sargentos, trinta e seis cabos e oitenta e quatro soldados.

 

Chegou à Guiné em 21 de Novembro e seguiu para Bafatá, seu destino final, em 24 do mesmo mês.

Durante a sua permanência em Bafatá, constituiu a reserva móvel do Comando do sector Leste, exercendo a sua acção operacional em missões de patrulhamento, segurança e economia de forças. Nesta actividade teve alguns contactos com o inimigo, dos quais resultaram alguns feridos ligeiros.

Como unidade de reconhecimento, estava equipado com viaturas blindadas de vários tipos, das quais se salientam as auto metralhadoras “Fox” e “Daimler” e as viaturas blindadas de transporte de pessoal “Granadeiro”, “White” e “Chaimite”.

O Esquadrão de Reconhecimento Fox 2640 era constituído por:

1 Pelotão de Comando e Serviços;
3 Pelotões de Reconhecimento, equipados com as seguintes viaturas:
– Três Auto Metralhadoras DAIMLER
– Duas Auto Metralhadoras FOX
– Um Granadeiro com blindagem lateral sendo a sua guarnição composta por atiradores.
– Um Unimog cuja secção tinha um morteiro 81.

Em 26 de Novembro de 1969 segue para Piche o 3º Pelotão para render o Pelotão ali destacado pelo Esquadrão 2350, pelotão esse que veio a ser rendido em 26 de Dezembro acusando um enorme esforço pelo trabalho efectuado ao longo do mês, salientando as patrulhas efectuadas às tabancas de: Madina Bonco, Sinchã, Assumani e Tabatô, onde foram detectadas e levantadas 21 minas A/P e uma A/C. O esforço reflectiu-se particularmente nas viaturas pois algumas vieram a reboque, tal era o seu estado!

No dia 29 de Dezembro de 1969, este Pelotão, destacado em Piche, teve o seu baptismo de fogo, foi uma flagelação com certa gravidade, não tendo os nossos homens sofrido qualquer baixa ou ferido. Estes mostraram a sua garra, patrulharam activamente as picadas da tabanca de Piche, no sentido de expulsar o IN infiltrado durante a flagelação. As tropas estacionadas em Piche sofreram 3 mortes e 2 feridos graves.

Em Janeiro de 1970 recebe o Esquadrão a missão e montar guarda permanente à ponte do Rio Colufe, perto de Bafatá, com alguma estranheza pois estava o Esquadrão preparado e motivado para actividades mais dinâmicas.

Dia 29 de Janeiro é rendido o Pelotão Rec. destacado em Piche, continuou a acentuar-se significativamente o esforço dispendido por homens e viaturas, assim foi continuando a vida do Esquadrão (mina aqui e acolá, levantada ou destruída sem estragos pessoais, patrulhas e escoltas permanentemente).

Nesta mesma data o comandante-chefe General Spínola visita as tropas de Bafatá reunindo em formatura geral na sede do Esq. Rec. Feita a apresentação da formatura, ditas algumas palavras pelo General Spínola, de boas-vindas, juntou os militares ao seu redor e ali falou ao coração das praças, chegando mesmo a comentar a dificuldade em homens e material de guerra para a defesa da zona. Era a decadência visível do sistema aos olhos de todos!

Lá foram decorrendo as semanas, os meses, com muitas escoltas, patrulhas, psicos, flagelações constantes na zona de Piche, felizmente continuavam os nossos destemidos homens com as viaturas a cair em pedaços, a fazer o que parecia impossível, mas sempre havia tempo para ir ao Café do Tofico, beber uma cerveja!

 

O segredo é a alma do negócio…

 

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