SOUSA MARTINS – por Fernando Correia da Silva

Um Café na Internet

Na segunda metade do século. XIX, com o seu diagnóstico certeiro e célere, em cada mês Sousa Martins consegue atender um rancho alargado de pacientes do Hospital de São José, em Lisboa.

 A sua bondade, que não pára de jorrar, incita os doentes a guindá-lo a santo milagreiro. Até lhe dirigem orações. Eis uma, entre as centenas recolhidas:

                                    Tudo me mete medo

                                   Nao sou capaz de arriscar

                                   Mais do que vejo

                                   À frente dos meus olhos.

                                   Só passo a passo

                                   Consigo avançar

                                   E mesmo assim hesito

                                   Em tudo quanto faço.

                                   Dr. Sousa Martins

                                   Diz-me como hei de proceder

                                   E este medo perder

                                   Para ser igual

                                   A toda a gente feliz.

                                   Ajuda-me Dr. Sousa Martins.

José Tomás de Sousa Martins debruça-se, fundamentalmente, sobre os pobres e desprotegidos, sobre os espezinhados nesta vida porque ele, apesar de se dizer maçon, acredita que há outras para além daquela que ora estamos a percorrer.

Para ele, a alma, o espírito, será portanto um pássaro sempre em busca de um ninho mais acolhedor. Os coitados que estão para ali à espera do fim, mais tarde irão reencarnar, umbral distante mas que um dia será alcançado.

         Adverte:

 

  – Quando entrardes de noite num hospital e ouvirdes algum doente gemer, aproximai-vos do seu leito, vede o que precisa o pobre enfermo e se não tiverdes mais nada para lhe dar, dai-lhe um sorriso.


1 Comment

Leave a Reply