Na segunda metade do século. XIX, com o seu diagnóstico certeiro e célere, em cada mês Sousa Martins consegue atender um rancho alargado de pacientes do Hospital de São José, em Lisboa.
A sua bondade, que não pára de jorrar, incita os doentes a guindá-lo a santo milagreiro. Até lhe dirigem orações. Eis uma, entre as centenas recolhidas:
Tudo me mete medo
Nao sou capaz de arriscar
Mais do que vejo
À frente dos meus olhos.
Só passo a passo
Consigo avançar
E mesmo assim hesito
Em tudo quanto faço.
Dr. Sousa Martins
Diz-me como hei de proceder
E este medo perder
Para ser igual
A toda a gente feliz.
Ajuda-me Dr. Sousa Martins.
José Tomás de Sousa Martins debruça-se, fundamentalmente, sobre os pobres e desprotegidos, sobre os espezinhados nesta vida porque ele, apesar de se dizer maçon, acredita que há outras para além daquela que ora estamos a percorrer.
Para ele, a alma, o espírito, será portanto um pássaro sempre em busca de um ninho mais acolhedor. Os coitados que estão para ali à espera do fim, mais tarde irão reencarnar, umbral distante mas que um dia será alcançado.
Adverte:
– Quando entrardes de noite num hospital e ouvirdes algum doente gemer, aproximai-vos do seu leito, vede o que precisa o pobre enfermo e se não tiverdes mais nada para lhe dar, dai-lhe um sorriso.
GRANDE LIO DE VIDA —-Maria S