A HOMENAGEM A OSCAR NIEMEYER – UM POEMA DE SÍLVIO CASTRO

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Recebemos do nosso Sílvio Castro uma mensagem em que dizia:

Meus parabéns pela homenagem a Niemeyer da edição do blog do dia 15! Fiquei particularmente contente por encontrar nas páginas de um dos meus mais caros amigos de infância, Bruno Contarini, atualmente um dos mais importantes engenheiros calculistas, na linha do inesquecível Joaquim Cardozo. Bruno e eu frequentamos o ginásio e o científico do Colégio São José, dos Irmãos Maristas, no Rio. Quando dos três anos do Curso Científico, ele e eu tínhamos um pacto para as provas escritas mensais e para os dois exames escritos de cada ano: ele me passava as duas, em três mais difíceis (para mim…) das provas de matemática; eu o salvava dos problemas ligados aos exames de Português (e Literaturas). Sobre essa grande amizade escrevi um poema no qual figura o engenheiro Bruno Contarini, meu amigo que não vejo que são anos…Mando o poema em anexo a este mail.

 

O Professor Sílvio Castro refere-se ao depoimento de Bruno Contarini sobre Niemeyer num dos excertos do filme A Vida é um Sopro, de Fabiano Maciel. Eis o poema de Sílvio Castro:

 

 

 

“O  ENGENHEIRO”

                  

O engenheiro sonha coisas claras;

                            com mil intrumentos as transforma

                            em geometria vária que tudo toca,

                            a água, o vento, a claridade,

                            a curva, a esfera, o triângulo,

                            o cubo repousado no seu ângulo.

 

                            Le Corbusier calcula engenheiro

                            a economia da casa para o homem

                            pronto para sua casa onde morar;

                            o engenheiro cria a própria estética

                            geométrica que seus olhos gozam,

                            junto ao espírito que em delícias

                            com a matemática goza primícias.

 

                            Engenheiro é Joaquim Cardozo

                            que calcula o ambular dos ventos

                            e os convoca em congresso

                            nos altiplanos de Brasília,

                            calculando a grande ventania

                            entre os volumes navegantes,

                            edifícios do hoje sempre distante.

 

                            Engenheiro é Bruno Contarini

                            que comigo vem de longe;

                            então ele calcula para mim

                            todos os enigmas dos números

                            e eu lhe passo como em compasso

                            o claro leve e largo espaço

                            de um soneto de Camões.

 

(Sílvio Castro, in Poemas Construtivos,

Rio de Janeiro, 2007)

 

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