Mais um emocionante episódio de
O PATO EM BERLIM
No seu diário, o Pato regista: «Quá, quá… e assim, eu um insignificante Pato, encontro-me junto do gabinete de Frau Merkel. Um bunker meu Deus e entrego a Jens Weissmans a carta com o discurso do meu general e com o aviso de que tenho muito mais fotos tiradas em vários sítios por onde passeou. E que passeios!… Quero que ela leia o discurso do meu General do Povo, quero que ela deixe libertos os povos do Sul da Europa, incluindo os patos. E o nosso boy dos mercados de capitais, Jens Weissmans que acha que os povos do sul devem ser penalizados em nome dos mercados de capitais, pergunta se tenho mais.
Respondo:«Oh, yes, of course… protected in a good place, to protect my own life. A lot of different pictures, very nice pictures…
Já sei, já sei. o meu inglês é péssimo. O meu francês é pior e haviam de ouvir o meu castelhano aprendido com uma gansa do Circo Chen. Quando me apontam erros, cito-lhes Eça de Queirós – «As línguas estrangeiras, devemos falá-las orgulhosamente mal». Tentar falar um idioma estranho como os nativos é um estúpido acto de submissão.
Quando o Jens abre a porta do gabinete , vejo Frau Angela recebendo a carta do Professor – sinto-me emocionado e permito-me um plebeísmo de desabafo que aqui não transcrevo, pois não quero manchar o meu currículo».
O ESTRANHO CASO DO PASTOR ALEMÃO
O inspector Pais, que não está preocupado com a sua imagem e muito menos com o seu currículo, està à mesa do café da Avenida Duque de Loulé, com o pires de pastéis de bacalhau bem abastecido e com a chávena de café duplo e fumegante. Filipe Marlove está sentado na sua frente e escuta-o:
– Dass! Então nós que começámos primeiro e publicar o nosso folhetim, temos de esperar que o sacana do Pato conte a sua história?
– O Pato é o nosso anfitrião…
– Ah é? E o que tem isso? – resmunga o Pais, mas acrescenta – Bem, o que vale é que a mecânica Celesta anda a monte. A nossa história tem de engonhar…
Toca o telemóvel do inspector. Atende. Vai emitindo grunhidos de surpresa. Quando desliga, olha Filipe, mantém um silêncio de suspense e, finalmente, diz:
– O Paralelo de Sousa foi assassinado. modus operandi do costume – garganta cortada.
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