A OUTRA VOZ
(pensando em Octavio Paz)
Pouco importa se morreu,
em que momento escreveu;
poeta vivo e amado
é o que neste mesmo instante
está sendo soletrado;
não quer a camisa-de-força
da contemporaneidade
quer é ressuscitar
no tempo e na eternidade
e o sotaque de sua voz
– demência e furor sagrado –
canta por todos nós.
Ilustração – reprodução de quadro de Dorindo Carvalho