Para ti o mar, a mão puríssima, mão contínua, a mão irreal,
segurando a espuma secular das viagens,
a imaterial espuma dos ventos,
eco de teu corpo anterior, ainda só
os regatos puros dos sentidos, branco movimento
de uma livre nebulosa sem sentido!
(…)
Para ti as aldeias inocentes das rosas,
e o peito do céu respirando brandas aves
e os regatos dos risos infantis, sem outra fome
que os sonhos!
Para ti as marés dos braços alegres dos homens,
dos futuros beijos límpidos das gargalhadas dos homens,
libertando rios frescos de teus ombros,
e dos prados de olhares o entardecer à janela da paz
com teu sorriso lento tacteando recordações…
(de “Horizonte dos Dias”)
Foi considerado pela crítica como poeta “metafísico”. Obra poética: “Horizonte dos Dias” (1952), “O Silêncio e o Tempo” (1956),”O Amor Vigilante” (1962).