Daqui te escrevo onde o mar não existe onde as mãos do silêncio não tardam a entrar no silêncio da tarde
Daqui te escrevo nesta tarde de silêncio onde a memória da tarde arde em silêncio no mar das tuas mãos
Daqui te escrevo onde o deserto é imenso e a sede do mar cresce em silêncio no silêncio da tarde onde não tarda o silêncio do mar das tuas mãos
Daqui te escrevo onde o mar não existe e o deserto é imenso no silêncio da tarde
Daqui te escrevo desta tarde sem fim onde arde a cidade sem mar e o deserto sem cidade onde arde em silêncio na tarde das tuas mãos todo o silêncio da tarde
(Ilustração. Reprodução de quadro de Adão Cruz)