POESIA AO AMANHECER – 259- por Manuel Simões

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ANTÓNIO SIMÕES

( 1934 )

LOUVOR DO SONETO

Louvo a serenidade do soneto

Que ao longo do seu corpo se derrama

E vai tecendo a doce, têxtil trama

Do canto das palavras em concerto.

Louvo a brevidade do soneto

Que em catorze versos faz a cama

E ali vive, odeia e ama

Aninhado e feliz como num berço.

Louvo essa clara geometria

Onde minha alma se define e abre

Na teia do verso entretecida.

Louvo esse filho matinal do dia

Onde a escura noite nunca cabe

E a morte morre às mãos da vida.

(de “Amor é um fogo que arde sem se ver e outros poemas”)

Incluído na antologia “Poetas Alentejanos do Século XX”. Organizou e traduziu a “Antologia de Poesia Anglo-Americana. De Chaucer a Dylan Thomas” (2002). Obra poética: “Soneto de Água e Outros” (1995), “A Festa das Letras” (1995), “Amor é um fogo que arde sem se ver e Outros Sonetos” (2004).

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