O príncipe vai tomando corpo de homem e mais se afirma, entre os jovens macedónios, como o grande campeão dos jogos marciais, das montarias e cavalhadas. Em 340 a.C. Alexandre tem apenas dezasseis anos e dispensa Aristóteles. Decide que já sabe tudo e está pronto para ser Herói. Eis que surge a insurreição dos trácios. Filipe prepara-se para lhes dar combate. Na batalha de Cerónia entrega ao seu filho adolescente o comando de uma ala militar. À frente das suas primeiras tropas Alexandre cavalga Bucéfalo, galhardia. O cavalo com cabeça de touro empina-se, volteia, escarva e logo investe contra os inimigos que de longe o citam. Seus cornos são a espada e a lança de Alexandre, homem e animal como um corpo só, soldados trácios colhidos e golpeados pelo bronze, não há finta que lhes valha. Quem pode suster a fúria do guerreiro e da montada? Carnificina, vitória e os sobreviventes reduzidos à condição de escravos. Mirai que Alexandre regressa a Pella. É um Novo Herói cavalgando a fúria, cortejo triunfal.
Como é diferente o cavalgar de um imaginário ancestral do poeta Rilke, bravo Fernando Correia da Silva.
Veja só: em lugar da galhardia, há o langor de uma nostálgica lembrança ;
“Cavalgar, cavalgar, cavalgar/
o dia, a noite, o dia/
cavalgar, cavalgar, cavalgar./
E a coragem tornou-se tão lassa /
e a saudade tão grande…”
(na belíssima tradução de Ceília Meireles da
Canção de Amor e de Morte do porta -estandarde, Cristóvão Rilke.
Como é diferente o cavalgar de um imaginário ancestral do poeta Rilke, bravo Fernando Correia da Silva.
Veja só: em lugar da galhardia, há o langor de uma nostálgica lembrança ;
“Cavalgar, cavalgar, cavalgar/
o dia, a noite, o dia/
cavalgar, cavalgar, cavalgar./
E a coragem tornou-se tão lassa /
e a saudade tão grande…”
(na belíssima tradução de Ceília Meireles da
Canção de Amor e de Morte do porta -estandarde, Cristóvão Rilke.
Rachel Gutiérrez