Enquanto Obama procura desesperadamente não cometer uma asneira colossal, e Passos Coelho dá o tudo por tudo para nos manter sob o jugo da troika, o mundo continua a girar. Ao fazermos esta constatação não se está a tentar diminuir a gravidade de situações que justificadamente têm merecido prioritariamente atenções de todo o lado, como aqui em A Viagem dos Argonautas. Procura-se ter em mente que existem no nosso atribulado planeta outras situações, também muito graves, e que são mantidas em segundo plano, por razões que muitas vezes nada têm a ver com o interesse das populações ou com o dever de informar a opinião pública.
Em relação a essas situações cada vez mais se constata ser necessário abordá-las com extrema cautela, e não avançar para eles no estilo de pseudo-defensor dos valores ocidentais, como nos parece querer habituar François Hollande, tentando concorrer com os norte-americanos. Permitimo-nos aqui tentar dar alguma luz sobre uma, que é a de milhões de pessoas que deixam as suas terras de origem para procurar refazer as suas vidas noutro lado, com a esperança, muitas vezes pouco fundada, de aí terem mais possibilidades de uma vida melhor. Propomos que leiam a reportagem cujo link vem a seguir:
http://www.theguardian.com/commentisfree/2013/sep/02/eu-ignoring-rights-abuses-morocco
Paul Mason, o autor, é já conhecido de A Viagem dos Argonautas, pois já aqui referimos alguns trabalhos seus, nomeadamente sobre a Grécia. É verdade que os problemas abordados verificam-se em pontos do globo, desde tempos imemoriais. Contudo um aspecto convém não perder de vista, quantas destas situações não têm por causa, mais próxima ou mais longínqua, acções/intervenções desastradas das potências? Recorde-se o caso da pirataria nas costas da Somália, que aumentou exponencialmente devido à pesca de arrasto feita na zona por grandes barcos de países industrializados, que deixaram os pescadores locais sem peixe para apanharem?