Pentacórdio a partir de Sexta-feira 20 de Setembro

por Rui Oliveira

 

 

STANDARD 

   Não são muitos os acontecimentos culturais novos a referir nesta Sexta-feira, 20 de Setembro, não podendo, a abrir, deixar de lembrar a continuação do “Festival Cantabile 2013 – A Arte da Música de Câmara”, uma co-produção do Goethe-Institut com a Fundação Calouste Gulbenkian e a Academia das Ciências de Lisboa.01_academia_das_ciencias_b

   O seu Concerto nº 6 volta ao Salão Nobre daquela Academia  (Rua da Academia das Ciências, nº 19), às 19h30, agora abordando «Bach e Brahms ». A entrada continua a ser livre, embora com reserva prévia.

   Intervêm nele como Solistas do Festival Cantabile : Lena Neudauer, violino e direcção; Diemut Poppen, viola e direcção; Sebastian Klinger, violoncelo ;

   Como Solistas da Orquestra Gulbenkian : Pedro Meireles, violino; Samuel Barsegian, viola; Varoujan Bartikian, violoncelo ;

   Pela Orquestra Gulbenkian o concertino será Erik Heide.

   O programa escolhido foi :

      Johann Sebastian Bach  Concerto Brandeburguês nº 6 em Si bemol Maior, BWV 1051

            “               “           “       Concerto para violino e orquestra em Mi maior, BWV 1042

      Johannes Brahms            Sexteto para cordas nº 1 em Si bemol Maior, op. 18

   Para lembrar ao leitor (e aliciá-lo a assistir) deixamos-lhe uma interpretação recente (com imagem) do Sexteto para Cordas nº 1 de Brahms (talvez a peça menos conhecida do programa) por Krysia Osostowicz, Niels Chr. Øllgaard (violinos), Steven Dann, Michel Camille (violas), Marko Ylonen e Franz Ortner violoncelos) actuando no 12th Esbjerg International Chamber Music Festival na Dinamarca em 2010 :

   [ Para comparar deixamos-lhe aqui  outra interpretação (sem imagem e porventura mais clássica por anterior a 1987) da mesma partitura por um sexteto com o célebre Quarteto Amadeus (Norbert Brainin 1º violino, Siegmund Nissel  2º violino, Peter Schidlof viola e Martin Lovett  violoncelo) associado a Cecil Aronowitz  viola e William Pleeth 2º violoncelo ]

 

   De registar nesta mesma Sexta-feira, 20 de Setembro há dois eventos de índole (e previsíveis públicos) muito diferente.

 

Ivana Muller performance

   Um tem lugar na Sala Principal (com bancada) do Maria Matos Teatro Municipal, às 21h30 (repetindo-se no Sábado 21 à mesma hora) e será uma performance intitulada “In Common” (com o sub-título There’s no such thing as society) cujo conceito, coreografia e direcção cabem a Ivana Müller (foto),IvanaMuller_960 uma criadora natural de Zagrebe, mas que viveu e trabalhou a maior parte da sua vida fora da Croácia. O seu trabalho, que passa por espectáculos de dança e teatro mas também por instalações, vídeos e artes digitais, aborda frequentemente temáticas como o corpo e a sua representação, a autoinvenção, a autoria ou a relação entre intérprete e espectador.

   Aqui, dez performers «partilham o mesmo palco, a mesma linguagem e o mesmo conjunto de regras, e inevitavelmente deparam-se com situações que têm de resolver em conjunto, problemas comparáveis aos que conhecemos das democracias contemporâneas. O que acontece quando as pessoas se juntam? Como nos relacionamos em grupo? Poderá um conjunto de pessoas representar uma única ideia? Aquilo que representamos e como somos representados são as questões cruciais 0b8a3e8cf5f4e95d61c70f8853bcaa4d14f8b301que atravessam este trabalho, em que uma série de proposições coreográficas criam um surpreendente espaço de explorações sociopolíticas» (diz o programa de sala).

   Com figurinos de Liza Witte e desenho de luz de Martin Kaffarnik, serão intérpretes Sarah van Lamsweerde, Pere Faura, Karen Roise Kielland, Katja Dreyer, Pedro Inês, Stephen Liebman, Yannick Greweldinger, Clara Amaral, Noah Ramadan e Bas Jilesen.

   Este vídeo preparado pela companhia introduz o espectáculo :

 

 

 

ca_o_festival  

   Noutro plano bem distinto, no “Festival Caixa Alfama” pretendem reunir-se quarenta dos melhores intérpretes actuais do Fado, nos dias 20 (Sexta) e 21 (Sábado) de Setembro, uma iniciativa da Caixa Geral de Depósitos  (associada à Música no Coração) que, «num conceito inovador, prometem dar outra vida às ruas de um dos bairros mais típicos de Lisboa, Alfama».

   Decorrerá durante aquelas duas noites, em 10 espaços distintos (desde o Museu do Fado e as Igrejasfestival-caixa-alfama de São Miguel e Santo Estevão até ao Centro Cultural Dr. Magalhães Lima, a Sociedade Boa União ou o Grupo Sportivo Adicense), contando com a prestação de mais de 40 músicos de diferentes gerações que, actualmente, melhor representam, interpretam e divulgam o Fado, recém-reconhecido como Património Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

   No primeiro dia, ouvir-se-ão pois Gisela João, Ana Moura, Camané, Luisa Rocha, Rodrigo Costa Félix, Marta Pereira da Costa, Diamantina, Rodrigo, Helder Moutinho, Artur Batalha, Miguel Capucho, Liana, Kiko, Maria da Fé, Cidália Moreira, Luis Caeiro, Aldina Duarte, Teresa Lopes Alves, Miguel Ramos e Alexandra.

   No segundo dia é a vez de Raquel Tavares, Cuca Roseta, António Zambujo, Carmo Moniz Pereira, Teresa Tapadas, Luis Matos, Yola Dinis, Marco Rodrigues, Joana Amendoeira, Ricardo Ribeiro, Carlos Leitão, Ana Lains, José Gonçalez, Filipa Cardoso, Joana Veiga, Pedro Calado, Ana Sofia Varela, António Pinto Basto, Fábia Rebordão e Jorge Fernando.

   (ver aqui o programa em pormenor)

   O vídeo desta fadista recente (Gisela João) é um dos muitos divulgados na promoção desta iniciativa e será expressivo da «nova geração» que reinterpreta o fado clássico, a ver/ouvir aqui .

   Já por exemplo António Zambujo evidencia um estilo mais divergente da matriz original e por vezes irreverente/brejeiro (como aqui ) :

 

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