EDITORIAL – De que estamos à espera?

Imagem2Assinalar este dia falando de mulheres significa que ainda há coisas para dizer no que respeita às suas vivências e que gostaríamos que fossem diferentes. Chamamos-lhe “A Mulher na sociedade – Viver, Intervir, Reflectir” porque tentaremos debruçarmo-nos sim, sobre as lutas que elas ainda têm que enfrentar, mas também falar de algumas mulheres cujas vidas foram disso prova, assim como de outros aspectos das suas vidas e que podem  ser positivos ou negativos.

Partindo do princípio de que os direitos das mulheres são direitos humanos, muito avançámos nos últimos anos. Mas as mulheres são ainda consideradas, em muitos meios, como donas de casa e mães e a discriminação contra elas continua a sentir-se na vida quotidiana. E em muitos países de forma dramática. E esta marginalização constitui um obstáculo para o progresso social, económico e político do mundo.

Nos últimos anos, considerou-se mais correcto falar de igualde de género, ultrapassando a biologia e as características fisiológicas, para chegar a um conceito social que remete para que as diferenças existentes sejam resultantes do processo de socialização. O conceito de género descreve, assim, o conjunto de qualidades e de comportamentos que as sociedades esperam dos homens e das mulheres, formando a sua identidade social, sendo a sua igualdade uma questão de interesse universal de que todos beneficiam.

Neste mesmo dia, ocorre em Coimbra o quarto encontro do programa Gender Workshop Series, promovido pelo Centro de Estudos Sociais – CES (dirigido desde a sua fundação, em 1978, por Boaventura Sousa Santos, e que conta com cerca de 300 investigadores) que pretende debater temáticas de índole feminista  e relativas às identidades sexuais, em diferentes contextos sociopolíticos e culturais, privilegiando o diálogo entre as mais variadas disciplinas e áreas de investigação.

Falámos de razões de justiça social, mas até existem razões economicistas. Estudos indicam que investir na saúde e na educação das mulheres e das crianças permitirá que economicamente se gaste menos dinheiro. Realizou-se em Maio deste ano, na Malásia, na cidade de Kuala Lumpur, a Women Deliver 2013 que debateu isto mesmo, o quanto compensa investir nas mulheres, investir na saúde materna e infantil, investir nos jovens, investir nos direitos humanos, investir na saúde das mulheres, investir na resposta às necessidades não preenchidas de contraceção, investir no combate ao VIH/sida, investir na sustentabilidade e desenvolvimento.

De que estamos à espera?

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