Selecção, tradução e introdução por Júlio Marques Mota
PARTE V
(CONTINUAÇÃO)
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Uma análise gráfica para os países em dificuldade:
Seleccionámos alguns países para não sobrecarregar o texto:
[Os resultados para já são brutais. Olhemos para a França: o efeito negativo sobre o PIB no final de 2013 será de redução de 4,78 % do PIB, o efeito sobre o desemprego será de aumento de 1,93 da taxa de desemprego desde o início de 2011 até ao final de 2013, a balança comercial melhorou [ -0,78 – (-1,21)] , ou seja, melhorou 0,33 relativamente ao PIB, enquanto o endividamento relativamente ao POIB aumenta de 2,90. Para a Espanha temos respectivamente: tem 5,39% de redução do PIB, tem 1,90 de aumento da taxa de desemprego, a balança comercial degrada-se em 0,1 pois as exportações caem mais fortemente que as importações enquanto que a dívida em 2013 aumenta de 3,29 do PIB. Para a Grécia e para Portugal, o quadro não é nada elegante.
No caso da Grécia, e frise-se, desde o inicio de 2011 até ao final de 2013 o PIB cai de 8,05, o desemprego aumenta de 2,71, a balança comercial melhora de 3,19 por forte efeito de contracção da procura interna, enquanto que a dívida aumenta de 10,23 por cento, relativamente ao valor de referência.
Para Portugal o quadro não difere muito. O PIB, relativamente ao inicio de 2011, desce de 6,91, o desemprego aumenta de 2,71, a balança comercial melhora de 1,89 por efeito de forte contracção da procura interna, a dívida pública aumenta de 2,76, relativamente ao valor que assumia no final de 1010, princípio de 2011.
Vale a pena sublinhar ainda que a Europa com estes números fica muito doente, depois da suposta cura. De acordo com o modelo os valores de PIB de final de 2010 e tomando como exemplo Portugal e na bela hipótese de não haver mais austeridade a partir de 2013 , o valor do PIB só alcança o valor de referência, o valor de partida, em 2018, tal como a Grécia. Verdadeiramente, um drama. Imagine-se socialmente os efeitos de tudo isto, mas ainda falta a acrescentar à análise que tem sido feita e para a complicar ainda mais, a introdução dos feitos dos prémios de risco ou contágio. Quanto aos efeitos sociais de tudo isto leia-se depois no blog a análise feita pela Cruz Vermelha Internacional]
(continua)
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Para ler a Parte IV deste trabalho de Jan int’t Veld, publicada ontem em A Viagem dos Argonautas vá a:
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