Selecção e tradução por Júlio Marques Mota
A comparação entre várias recessões
Tejvan Pettinger
Do blogue ECONOMICS HELP
Parte I
No período post recessão de 2008 verificou-se a maior descida do PIB de que haja registo na Grâ-Bretanha. Durante 55 meses depois de se ter atingido o pico de 2008, a economia do Reino Unido está ainda a baixo deste valor e em cerca de 4%. Por outro lado, no período de tempo correspondente e durante a década de 1930, a economia havia tinha recuperado mais de 2% para além do valor épico de 1930.
A recessão de 2008-13 está a ser mais duradoura do que o foi até mesmo a Grande Depressão. No entanto, curiosamente a recessão de 2008 foi das recessões que viu uma das menos prejudiciais em termos de desemprego
Em primeiro lugar, uma olhadela para a taxa de variação percentual do PIB real desde o seu valor de pico (antes de ter começado a recessão):
Durante os primeiros 15 meses, o declínio do PIB real é comparável com a Grande Depressão da década de 1930. A grande depressão mostra uma queda maior do PIB (-8.0%) relativamente ao seu valor de pico. Mas, após 33 meses, a economia recuperado rapidamente os valores do início da década de 1930. A experiência em 2008-13 mostra uma rara e contínua estagnação.
Desemprego nas diferentes recessões
Isso mostra que o aumento do desemprego tem sido relativamente silenciado durante a recessão de 2008. Em 2008-12, tem havido um crescimento surpreendente no emprego do sector privado – apesar do fraco investimento no sector privado e da despesa.
Horas trabalhadas nas recentes recessões
Isto mostra que 17 trimestres após o valor de pico do PIB, os níveis de emprego têm estado melhor em 2008 do que nas outras recessões. Uma população crescente pode ser um factor, mas o silenciado aumento do desemprego sugere que o mercado de trabalho em 2008-13 se revelou mais resistente e mais flexível do que muitos podem ter esperado.
Produtividade nas diferentes recessões
Uma consequência da situação de emprego relativamente “melhor” é a de que isto tem sido parcialmente conseguido em parte com uma mais baixa produtividade. O crescimento da produtividade nesta recessão tem estado estagnado. Isto sugere que as empresas estejam mais dispostas a manter os seus trabalhadores até os menos produtivos. (por exemplo em face da queda do output, as empresas estão mais dispostas a manter os trabalhadores empregados). Isto foi ajudado pelo crescimento muito fraco dos salários nesta recessão.
A recessão de 2008 é de longe a recessão mais decepcionante em termos de produtividade por hora.
Inflação durante as diferentes recessões
Este gráfico dá uma ideia aproximada da inflação nas diferentes recessões.
Em primeiro lugar, temos a deflação durante a recessão de 1930-32
- Na recessão de 1973-76, há um problema significativo de inflação pelos custos contribuindo para a recessão
- A recessão de 1981 foi parcialmente um resultado das tentativas de reduzir a taxa de inflação.
- À recessão de 1990 seguiu um boom e aumento da inflação
- Em 2008-12 com a recessão temos novamente uma inflação pelos custos significando que a inflação é muitas vezes maior do que a que seria de esperar tendo em conta a queda do PIB.
Os défices na balança corrente em diferentes recessões
- Pós-1974, a balança corrente move-se do grande défice para um ligeiro excedente.
- Na recessão de 1981, vemos um dos maiores excedentes da balança corrente neste período (provocada pela queda da procura interna e pelo baixo valor da libra)
- O final dos anos 1980 regista um défice recorde. A recessão de 1991-1992 reduz este défice
- A recessão de 2008-12, vê uma pequena melhoria no défice na balança corrente.
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