Na Síria agravam-se as dissensões entre os oponentes de Assad. No Iraque os combates em Fallujah parecem encaminhados para estabelecer o domínio sunita, isto é, da Al-Qaeda, sobre a cidade. No Líbano foi capturado o chefe da Al-Qaeda, e há combatentes entre esta organização e o Hezbollah. No Egipto a agitação não pára. É como que um resumo da situação. Já falámos anteriormente, noutro editorial, do alastrar da violência e da agitação para outras zonas, como o Cáucaso e a África subsariana. É conhecido o recrutamento de voluntários para a luta pelas várias facções, mesmo em países europeus.
Muitos acreditam que esta perturbação tão grande não chegará a incomodar a Europa, os Estados Unidos, os chamados países ocidentais. Dizem mesmo: deixá-los digladiarem-se entre eles, que assim não virão bater-nos à porta. Trata-se de uma posição egoísta, e profundamente errada. Basta olhar com um pouco de mais atenção os imigrantes, ou refugiados, melhor dito, que tentam atravessar o Mediterrâneo, ou usam outros processos para atingirem a Europa, em condições por vezes tão perigosas, arriscando tragédias como as que têm acontecido em Lampedusa, ou nos caminhos do Sahara, para perceber que essa posição é totalmente desprovida de sentido. Outros apoiam posições de grande brutalidade, intervenções militares em grande escala, esquecendo os resultados nefastos das guerras desencadeadas no Iraque e Afeganistão, na Líbia, na Somália e noutros lados. E o conflito entre Israel e a Palestina, que parece cada vez menos solúvel.
Um diálogo permanente com os governos e as populações destes países, encabeçado pela ONU, sem o patrocínio (o controlo, melhor dito) dos interesses, públicos e privados, que ali têm criado as condições que serviram de caldo de cultura a toda esta agitação, evitando o fanatismo religioso, o ódio racial e o nacionalismo exacerbado, parece ser o único caminho. Um caminho longo e difícil, mas indispensável. Estará a ONU actual à altura desta missão?
* Um artigo bem preocupante -obrigada *
*Maria *