
Aponta António José Saraiva que o português e o castelhano são das raras línguas românicas, e até das raras línguas indo-europeias, que têm dois vocábulos diferentes para os dois diferentes conceitos de ser e estar. Estes dois conceitos estão confundidos ou sobrepostos numa única palavra em francês (être), em italiano (essere), em inglês (be), em alemão (sein).
A esta diferenciação verbal corresponderá alguma diferença psicológica entre os românicos da Península Ibérica e os demais povos?
Sou otimista e estou otimista. Sou louco por ela e estou louco por ela. Era bonita e estava bonita. És um autêntico tripeiro e estás um autêntico tripeiro. Eu sou doente, mas hoje estou melhor. Nós, e os nossos vizinhos da Península, bem vemos a diferença. Com SER descansamos no Definitivo. Com ESTAR marchamos pelo Provisório. Será esta capacidade verbal de instantaneamente caracterizarmos o Definitivo e o Provisório, aquilo que nos distingue de outros povos? Será isso?
Já agora duas famosas marcas de cigarros portugueses: Definitivos e Provisórios… Viva a cigarrada!