PORTO
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O velho Porto é feito de calçadas e vielas,
de roupa lavada a bailar nas janelas.
De alminhas com flores e velas.
De telhados coscuvilhando a rua.
E o velho Porto continua…
por frontarias de granito
por degraus gastos e incertos
por portais que não se deixam fechar
por ilhas prenhes de gente e viúvas de mar.
O Porto há-de ser, eternamente,
um estranho segredo a desvendar
um misto de paz e guerra
um silêncio e um grito
uma coroa d’água cinzelada
uma saudade magoada
um abraço apertado
um coração real apaixonado
um raio de sol ferido
um palavrão atrevido
UM PORTO ENEVOADO E SENTIDO.
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[image: Imagem intercalada 1]Maria