DESPEDIDA, de CECÍLIA MEIRELES – tradução italiana de SIMONETTA MASIN

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Despedida

Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.

Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces? — me perguntarão.
— Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.

Que procuras? — Tudo. Que desejas? — Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.

A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação…
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?

 
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!
Estandarte triste de uma estranha guerra…)

Quero solidão.

 

Congedo

Per me, e per voi, e ancora per quello
che è dove le altre cose mai non sono,
lascio il mare tempestoso e il cielo tranquillo:
voglio solitudine.

Il mio cammino è senza limiti senza paesaggi.
E come lo conosci? — mi chiederanno.
— Per non aver parole, per non aver immagini.
Nessun nemico e nessun fratello.

Che cerchi? — Tutto. Che desideri? — Nulla.
Viaggio sola con il mio cuore.
Non vado perduta, ma disincontrata.
Porto la mia rotta nella mia mano.

La memoria è volata dalla mia fronte.
Volato il mio amore, la mia immaginazione…
Forse morirò prima dell’orizzonte.
Memoria, amore e il resto dove sarà?

 

Lascio qui il mio corpo, tra il sole e la terra.
(Ti bacio, corpo mio, tutto disillusione!
Stendardo triste di una strana guerra…)

Voglio solitudine.

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