PRAÇA DA REVOLTA – O ASSALTO – por José Brandão

Eugène Delacroix - La Liberté guidant le peupleEstamos assistir ao maior assalto aos direitos dos trabalhadores e pensionistas de que há memória na nossa história recente.

Num colossal ataque, que atinge com grande violência os mais desprotegidos, os governantes da atual maioria, não olham a meios para alcançar os seus fins. Na mais desenvergonhada insolência e despudorada ousadia o governo de Passos/Portas saqueia tudo e todos apostado em deixar na miséria famílias inteiras a quem são retirados importantes meios de sobrevivência.

Tal como os que o antecedem no governo da Nação, Passos Coelho não é melhor nem pior no papel de devastador das condições de vida da população portuguesa.

A nossa classe política já nos habituou às piruetas mais descabidas no desempenho das funções que jurou por sua honra desempenhar fielmente e defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa.

O juro por minha honra é frequentemente violado não só por iniciativa pessoal, mas, também, pela própria direção partidária. Tal prática conduz inevitavelmente ao descrédito das instituições e dos seus representantes que depressa veem a sua atuação confundida com a de um vulgar trapaceiro.

É neste cenário de ausência de consideração pela política e pelos políticos que o Governo vai assaltando o bolso dos portugueses sacando-lhes euro a euro até ao cêntimo final.

Habituados aos larápios do roubo por esticão, aos carteiristas do Metro e da Carris, aos vigaristas do vigésimo premiado e a tantas outras formas de ladroagem que pululam por todo o lado, os Portugueses experimentam agora a nova roubalheira que lhes vai ao bolso utilizando métodos próprios bem diferentes dos tradicionais.

Sem a violência do roubo por esticão, ou da ligeireza das mãozinhas de veludo dos carteiristas, ou, ainda, do poder da argumentação do conto do vigário, o Governo enche os bolsos como quer e lhe apetece recorrendo a sofisticados meios informáticos de última geração pondo e dispondo das nossas economias conforme lhe dá na real gana.

Na maior parte dos casos a vítima do estupro só se dá conta da rapinagem quando vê com os seus próprios olhos o facto consumado. Não tem qualquer hipótese de contestação. Nada lhe resta que não seja estar pronto para a primeira manifestação que lhe sirva de escape para o seu descontentamento. É pouco, muito pouco, especialmente para os que o assalto deixa sem o mínimo dos mínimos.

Nunca fomos um Povo com vida fácil nem com grandes motivos para se sentir feliz. Se alguma vez atingimos lugar respeitável na história do Mundo foi quando nos deixaram avançar para aventuras de abrir caminhos desconhecidos em proveito de terceiros.

Apregoado como criatura mansa, dócil, e de brandos costumes o Português é visto como um verbo-de-encher manipulado pelos desígnios dos políticos e dos seus partidos.

No momento em que é atingido pelo grande assalto que o arruína, o Português encolhe os ombros e espera que o Mundial do Brasil lhe traga a maior alegria e que Cristiano Ronaldo jogue com todas as suas forças.

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