Em memória de Vasco Graça Moura (1942-2014) – 10 – por Álvaro José Ferreira

Nota prévia:

Para ouvir os poemas (cantados) de Vasco Graça Moura, há que aceder à páginaImagem2

http://nossaradio.blogspot.com/2014/05/em-memoria-de-vasco-graca-moura.html

Lamento das Rosas bravas

Poema: Vasco Graça Moura (in “Mais Fados & Companhia”, Lisboa: Público, 2004 – págs. 82-83; “Poesia 2001/2005”, Lisboa: Quetzal Editores, 2006 – págs. 99-100)
Música: Carlos Paredes (“Nas Asas da Saudade”, in LP/CD “Asas Sobre o Mundo”, Philips/PolyGram, 1989, 1992)
Intérprete: Mísia* (in CD “Canto”, Warner Jazz France, 2003)

Asas de um lenço
no azul imenso
ave que vai voar
nave no alto mar

agora que partiste
fica onde moravas
esta valsinha triste
entre as rosas bravas

e no fim
do lamento
no jardim
sopra o vento

vida assim
desolada,
névoa em mim,
sombras, nada.

Vem à toa
a saudade
e magoa
e vibra no meu peito,
chega e parte
a chamar-te
meu amor, ó meu amor perfeito

e se um dia nalgum voo repentino
a saudade for nas asas do destino
vai correr mundo
e levar o coração
vagabundo
à tua mão

[instrumental]

agora que partiste
fica onde moravas
esta valsinha triste
entre as rosas bravas

e no fim
do lamento
no jardim
sopra o vento

vida assim
desolada,
névoa em mim,
sombras, nada.

[instrumental]

Asas de um lenço
no azul imenso
ave que vai voar
nave no alto mar

Tia Minha Gentil

Poema: Vasco Graça Moura (in “Mais Fados & Companhia”, Lisboa: Público, 2004 – págs. 88-89; “Poesia 2001/2005”, Lisboa: Quetzal Editores, 2006 – pág. 104)
Música: Carlos Paredes (“Canção para Titi”, in CD “Canção Para Titi: Os Inéditos de 1993”, EMI-VC, 2000)
Intérprete: Mísia* (in CD “Canto”, Warner Jazz France, 2003)

[instrumental]

Tia minha
tão gentil que me educaste,
da minha vida adivinha
o que sempre adivinhaste

tia minha,
que em menino me cuidaste,
e da manhã à tardinha,
eras flor curvando a haste

tia minha,
em pequeno acompanhaste
tu sozinha, tu sozinha,
tanta dor que dissipaste

tia minha,
cresci, sofri, que contraste,
tia minha vem asinha,
saber como me lembraste

tia minha,
por muito que a vida arraste,
se eras outra mãe que eu tinha,
mãe como ela ficaste

tia minha,
não mereces que te baste
esta guitarra à noitinha:
meu coração escutaste

tia minha,
que em menino me cuidaste,
e da manhã à tardinha,
eras flor curvando a haste

tia minha,
em pequeno acompanhaste
tu sozinha, tu sozinha,
tanta dor que dissipaste

[instrumental]

tia minha,
não mereces que te baste
esta guitarra à noitinha:
meu coração escutaste

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