RETROCESSO SOCIAL NA FUNÇÃO PÚBLICA E ARBITRARIEDADES NA CGA:
remunerações reais de 2013 já são iguais às de 1997 e na CGA impera a arbitrariedade na aplicação da lei a que os trabalhadores e sindicatos devem opor-se nos tribunais
Segundo o INE e o Banco de Portugal o poder de compra das remunerações dos trabalhadores da Função Pública em 2013 já tinha regredido 16 anos, pois as de 2013 correspondiam, em termos reais (deduzindo o efeito da subida de preços), às de 1997.
Para além disso, as arbitrariedades da CGA na interpretação e aplicação das sucessivas alterações ao Estatuto de Aposentação, que tem lesado dezenas milhares de trabalhadores da Função Pública que se aposentaram, reduzindo ainda mais as suas pensões e os seus rendimentos anuais em muitas dezenas de milhões €, continuam. E o facto dos lesados e dos sindicatos dos trabalhadores da Função Pública não terem ainda reagido, colocando processos em tribunal, tem criado à CGA, aos seus dirigentes, e ao governo que é conivente, a ideia de impunidade e de que pode fazer tudo, mesmo violar a lei que este governo aprovou. Passos Coelho disse que queria ir para além da “troika” e a CGA, seguindo o ex., pretende ir para além do próprio governo. É urgente pôr cobro a isso recorrendo aos tribunais.
RETROCESSO SOCIAL:
O poder de compra das remunerações da Função Pública em 2013 já correspondia ao de 1997
O gráfico 1, construído com dados do INE e publicado no Relatório e Contas de 2013 do Banco de Portugal, portanto um gráfico oficial, mostra a variação (queda) do poder de compra das remunerações dos trabalhadores quer do setor privado quer da Função Pública no período 1995-2013. E as conclusões são chocantes.
Gráfico 1 – Variação (redução) do poder de compra das remunerações dos trabalhadores do setor privado e do setor público no período 1995-2013 (Índice 1995= 100) – INE e Banco de Portugal
FONTE: Gráfico constante do Relatório e Contas do Banco de Portugal – Parte II – 2013