DAS UNNENNBARE, de ANTERO DE QUENTAL

Oh quimera, que passas embalada
Na onda dos meus sonhos dolorosos,
E roças co’os vestidos vaporosos
A minha fronte pálida e cansada!
Leva-te o ar da noite sossegada…
Pergunto em vão, com olhos ansiosos,
Que nome é que te dão os venturosos
No teu país, misteriosa fada!
Mas que destino o meu! e que luz baça
A desta aurora, igual à do sol posto,
Quando só nuvem lívida esvoaça!
Que nem a noite uma ilusão consinta!
Que só de longe e em sonhos te pressinta…
E nem em sonhos possa ver-te o rosto!
In Sonetos, Biblioteca Ulisseia de Autores Portugueses, 1ª edição, 2002.
Leiam em Folha de Poesia:
http://comunidade.sol.pt/blogs/josecarreiro/archive/2014/02/20/das.unnennbare.aspx