Fernando Correia da Silva nasceu em Lisboa, em 1931 e faleceu hoje, também em Lisboa. Nos anos 40, após o fim da Guerra Mundial, durante a campanha de Norton de Matos, estudante de Ciências Económicas e Financeiras, foi detido pela polícia política devido à sua militância no MUD Juvenil. A perseguição política levou-o a fixar-se no Brasil, onde esteve entre 1954 e 1974, ano em que regressou a Portugal. Com uma obra vasta que incidiu mais no campo do romance e da novela, teve livros que mereceram críticas entusiásticas, sendo uma das suas novelas adaptada ao cinema (Querença).
As suas principais obras são: 1950: COLHEITA, um livro de poemas. 1952: Uma novela infantil, AS AVENTURAS DE PALHITA, O TOURO. No mesmo ano, com Alexandre O’Neill, publicou A POMBA, jornal clandestino de poesia militante. 1953: No exterior, com Agostinho Neto, Marcelino dos Santos e Vasco Cabral, declara-se pró independência das futuras pátrias africanas. Regressa a Portugal varando as malhas da polícia política. 1978: Um livro de divulgação, historietas, 25 CONTOS DE ECONOMIA. 1986: Um romance: MATA-CÃES, o herói pícaro a desembarcar em pleno Abril de 74. 1989: LORD CANIBAL, outro romance, novas aventuras do Mata-Cães. 1996: Um dos autores e coordenador editorial do coleccionável do PÚBLICO OITENTA VIDAS QUE A MORTE NÃO APAGA, concisão. No mesmo ano lança ainda o romance QUERENÇA, o contador de histórias e estas a reinventarem a sua vida, despojamento. 1998: Escreve MARESIA, novo romance. Passa a coordenar VIDAS LUSÓFONAS, site na Internet, actualmente com quase 30 milhões de visitas. 2000: Lança o romance LIANOR.
Colaborador assíduo do nosso blogue, mantinha a sua presença semanal na rubrica «Contos & Crónicas».
Que grande perda, amigos argonautas! Mas Vidas Lusófonas há de continuar. E como disse Guimarães Rosa, ” as pessoas não morrem, ficam encantadas”. E as vozes dos que deixam livros hão de ressoar por muito muito tempo. E aquela verve e aquela ironia do Fernando Correia da Silva, mesmo na tristeza continuarão a nos fazer sorrir.
um longo e comovido abraço solidário da
Rachel Gutiérrez
Não tenho palavras a nãoser para dizer OBRIGADA, Fernando, pela obra, pela partilha e pelo enriquecimento intelectual que nos legou.