O QUE SENTIRIA UM HOMEM NUM MUNDO AO CONTRÁRIO, EM QUE AS MULHERES MANDASSEM? por clara castilho

Recebi um vídeo a que achei muita graça. “Maioria oprimida” de seu nome. Nele se vê um homem, Pierre, na situação de passear na rua o seu filho, num carrinho, e a ser vítima de sexismo e violência sexual quando tenta responder às mulheres que se metem com ele.

Still from Oppressed Majority by Eléonore Pourriat

É de autoria de Eléonore Pourriat. Diz ela que, para além de ser realista, quis que se sentisse o medo que o homem sente. Neste mundo, são as mulheres quem mandam: assediam sexualmente, o agridem quando responde e, quando faz queixa na polícia, é atendido por uma mulher que desvaloriza o seu depoimento. Até a sua própria mulher não é capaz de sentir empatia pelo sofrimento de Pierre, quando vai ter com ele ao hospital e o vê com o resultado de uma tareia a sério, cheio de nódoas negras e dificuldade em andar.

Tudo isto é intencional pois, muitas vezes, quando as mulheres são assaltadas, diz-se que a culpa é delas.

O filme já tem uns anitos, ganhou um prémio num festival de Kiev. Na altura teve pouco impacto. Então, porque é que agora é o que se chama um “vídeo viral”? A autora responde que, há 5 anos, em França, as pessoas lhe perguntavam se ser feminista era assim tão contemporâneo. Hoje, já ninguém faz esta pergunta, dado que estas questões estão mais a ser mais debatidas.

A autora continua a receber ameaças e comentários, chamando-lhe do pior. O que a leva a considerar que tem que continuar a trabalhar neste sentido. Pela minha parte, força Eléonore Pourriat! Só sentindo na pele é que muitos homens perceberão o que é ser tratada como um objecto à suas disposições.

Nota: podem-me chamar todos os nomes que quiserem…

 

 

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