A resposta será difícil, implicaria várias abordagens. Mas, o facto é que a
situação dos nossos jovens – que agora são abrangidos pelos que se situam entre os 15 e os 29 anos- não está nada fácil. Nem a de outros sectores, sabemos. Celebrou-se o dia Internacional da Juventude e o Instituto Nacional de Estatística, apresentou um conjunto de indicadores sobre os nossos jovens, tendo por base os resultados dos Censos 2011 e de outras estatísticas sociais divulgadas pelo INE.
Tentemos dar um pequeno “retrato”:
– na última década, o número de jovens reduziu-se em quase meio milhão.
– subiram ao nível de ensino e das qualificações, mas a taxa de desemprego jovem é quase o dobro da taxa de desemprego total.
– quando empregados, os seus salários estão cada vez mais abaixo da média do país.
– saíram para residir no estrangeiro, em 2012, por um período igual ou superior a 1 ano, 25 963 jovens (emigrantes permanentes), o que corresponde a cerca de 50% do total das saídas de emigrantes permanentes.
– em média cerca de 55,0% deles estavam inseridos no mercado de trabalho, a maior parte numa situação de emprego (40,6%) e 14,4% desempregados face ao total da população desta faixa etária.
– casam-se cada vez mais tarde e em 2011, 68,3% dos jovens residia com pelo menos um dos pais e só 21,5% tinha constituído a sua própria família enquanto casal.
Todos estes dados são considerados como um “incentivo à emigração”.
As projecções estatísticas apontam para que até 2060, os jovens desta idade correspondam a 15% (15 anos) e 13,5% (29 anos) do total da população. Já em 2011 correspondiam a menos de um quinto da população.
Então, volta-se a questionar: tirando os que emigraram e foram procurar resposta para a sua vida noutros locais, de que é que os restantes estão à espera para enfrentarem a situação? E pensando nos pais, como é que se “empurra” um filho para a vida e em que direcção?