“Execução de jornalista americano: encenação holliwoodesca?” – por Octopus

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Um vídeo divulgado esta terça-feira na Internet, onde se vê um jornalista freelancer norte-americano a ser decapitado, está a chocar a América e o mundo.

A execução foi reivindicada pelo Estado Islâmico (ex-Estado Islâmico do Iraque e do Levante) e registada em vídeo.

Na gravação, James Foley faz uma curta declaração, na qual condena as acções dos Estados Unidos no Iraque e acusa o Governo de Washington de ser o responsável pela sua morte.

O vídeo, com elevada qualidade de imagem e som, apresenta um jihadista todo vestido de preto, e James Foley vestido cor de laranja vivo (curiosamente as cores dos detidos em Guantanamo) com o deserto em fundo. Mais parece um filme ao estilo de “Lawrence da Arábia”, e de facto poderá sê-lo.

Vários pormenores não batem certo:

–  Pelos planos apresentados, existem duas câmaras a filmar a cena, o que não deixa de ser curioso.

 – As imagens são bem enquadradas, filmadas em HD, com cores e luzes perfeitas.

 – O som é perfeito e claro, de alta-fidelidade.

 – O jornalista tem, inesperadamente, colocado um microfone de lapela.

 – O jornalista que sabe que irá ser executado fala com uma voz calma e clara (como se recitasse um texto decorado) de cabeça levantada, o que não é habitual neste tipo de situação.

 – O executante exibe um punhal que para decapitação não passa de uma faca de cozinha – decapitar alguém requer um sabre ou catana, dada a dificuldade em quebrar as vértebras cervicais.

 – Esse punhal possui um cordão, que pode ser colocado em volta do punho, que no momento da execução não existe.

 – As execuções habitualmente são feitas no local de detenção e não no meio do deserto.

– O executante tem curiosamente um sotaque britânico.

 – Habitualmente, os executantes são mais do que um.

 – Habitualmente, o executado (neste contexto) é colocado no chão, dado que com este pequeno punhal é muito difícil decapitar alguém de pé ou ajoelhado.

 – Ao cortar o pescoço a uma pessoa pelo o lado da frente, imediatamente começa a jorrar sangue pelas lesões das carótidas.

 – Os vários vídeos de decapitações praticados pelos jihadistas apresentam o vídeo sem cortes, neste, quando começa a decapitação existe uns segundos de interrupção (a negro, sem imagens). Se o objectivo dos jihadistas era de chocar, porquê interromper as imagens? Não querem ferir a susceptibilidade das pessoas mais sensíveis?

 – Depois da decapitação, existe uma pequena poça de sangue junto do pescoço (demasiada pequena) no entanto a cabeça está ensanguentada e não existe qualquer rasto de sangue na túnica do executado.

 

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