Amanhã, às 10 horas, na rubrica diária Livro & Livros, publicaremos a primeira parte do ensaio de Rachel Gutiérrez sobre a literatura que, escrita no feminino, abordou o universo das mulheres no século XIX – século que, a bem dizer, só terminaria quase duas décadas depois de os calendários o terem dado como findo. Quando durante e, sobretudo, no rescaldo da I Grande Guerra, as mulheres abandonaram a redoma protectora e carcerária que as defendia e que as oprimia. Saltaram de o altar onde romantismos e decadentismos as tinham colocado e “invadiram” fábricas, escritórios e todos os espaços que uma convenção serôdia reservara para os homens. Amanhã, Rachel Gutiérrez dissertará sobre a obra de Jane Austen, particularmente sobre Sense and sensibility – «Jane Austen (1775-1817) […] psicóloga extraordinária e uma severa crítica da sociedade inglesa do início do século XIX, quando a mulher só tinha um destino – o casamento, desde que seu dote fosse apreciável, e sua família, respeitável. Quando, na verdade, os arranjos de casamento não passavam de bons negócios. Austen pinta em tons aparentemente pastel, do Barroco-Rococó, uma sociedade onde as maneiras, o estilo, ou melhor: a Forma afoga em sua superficialidade tudo o que há de puro, de espontâneo e verdadeiro. Sob os tons pastel, porém, existe dramaticidade e algumas dissonâncias, como na música de Mozart e de Haydn, tensões que fatalmente se resolvem dentro da tonalidade, na cadência perfeita, mas que já prenunciam o Romantismo em alguns adágios sentidos e num certo ímpeto cheio de energia».

Não perca, amanhã ás 10 horas 

a primeira parte de AMOR SUBLIME, de Rachel Gutiérrez