É uma organização da EGEAC, que se prolongará até 20 de Setembro, sempre com entrada gratuita e de que iremos dando notícias. Considerando que Lisboa na Rua é a resposta da cidade à cidade-porta, à cidade-ponte, balançando entre muitos continentes, onde civilizações, milénios e memórias convergem numa pele de muitas camadas, o espaço público torna-se o meio natural e privilegiado da comunhão e fruição culturais.
Amanhã poderão assistir, a quatro espectáculos.
Jardim das Esculturas, Museu do Chiado, às 19:30: TROPA MACACA
Tropa Macaca são André Abel e Joana da Conceição, banda sediada em Lisboa a trabalhar no campo da composição contemporânea electrónica. Com cerca de sete anos de parceria criativa e actividade pública, editaram a sua música em selos fundamentais do undergroundeuropeu e norte-americano como a Qbico e a Silt-breeze, tendo o mais recente Ectoplasma sido lançado na nova-iorquina software de Daniel Lopatin (Oneohtrix Point Never). Até esse registo a música do duo pautou-se, de um ponto de vista estrutural, na execução de peças de longa-duração. sempre intrépidas, pareciam, a cada vez, procurar desbloquear um sem número de questões de ordem poética, e progredir ao longo do seu curso ritual no sentido de chegar a sítios inauditos, onde a revelação os aguardava.em actuações dos últimos tempos, contudo, temos vindo a assistir a novos desenvolvimentos na prática da banda. Temas de duração mais variável apresentam maior quantidade de ventos, que se desenrolam – em escrita e interpretação – de maneiras novas e inesperadas. Surgem espaços mais do que ilustrados, habitados, a meio destas construções, que reordenam noções convencionais de tempo, narrativa e sucessão de eventos. Como sempre, no caso da Tropa Macaca, torna-se muito complexo fazer referências a outros trabalhos artísticos passados, havendo mais semelhanças do ponto de vista tímbrico e textural (techno, house, os primórdios do catálogo da Warp, guitarras eléctricas ‘fusionistas’ dos anos 70 e 80) do que propriamente estruturas musicais familiares. Grande curiosidade para saber como se vão apresentar nesta sua primeira aparição, em algum tempo, num espaço ao ar livre, sendo que contam com actuações no currículo em eventos como o Serralves em festa ou o Boom Festival, deste duo que se sabe sempre integrar para se afirmar no espaço público.
Largo do Teatro Nacional de São Carlos, às 21:30 – FADO